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OS SOBRENOMES BIANCHI, Morri e Tamburini não têm um significado tão importante para o público brasileiro. Na Itália, entretanto, eles são vistos como sinônimos de velocidade. Basta unir suas iniciais para entender do que se trata. O casamento de BI – MO – TA resulta em uma das marcas de motocicletas mais admiradas do mundo: a Bimota, conhecida por fabricar máquinas artesanais. O que era exclusividade dos italianos, entretanto, agora também será oferecido aos brasileiros. A Bimota anunciou, com exclusividade à DINHEIRO, que abrirá uma loja-conceito no bairro do Brooklin, em São Paulo, dentro de três meses. A chegada da montadora italiana é fruto da união entre o empresário Marcos Caruso, o advogado Carlos Ludman, o engenheiro uruguaio Sebástian Rochón e a Bimota. Eles trarão para o mercado nacional duas motos ao mês. É pouco? A produção da marca italiana é artesanal e a montadora fabrica apenas 600 unidades por ano. Porém, o Brasil poderá receber um número maior de motocicletas de acordo com a demanda do consumidor que estiver disposto a pagar até R$ 95 mil pelo mo- MÁRCIO KROEHN delo DB6. ?O Brasil saberá assimilar a concepção da Bimota?, disse Roberto Comini, presidente da Bimota, à DINHEIRO. O executivo destaca como os principais países importadores à Alemanha, à Espanha e o Japão.

O diferencial da Bimota é o chassi desenhado e construído na fábrica localizada em Rimini, cidade próxima aos berços ferraristas de Modena e San Marino. Ali, dez pessoas trabalham no desenvolvimento do projeto e das peças que são encomendadas para fornecedores como a Brembo, notória fabricante de sistemas de freios. O charme dessas máquinas com motor Ducati (ver tabela) está na montagem personalizada. ?É uma moto especial, feita à mão e montada por uma só pessoa?, diz Comini. As duas primeiras Bimotas que vieram para o Brasil já trazem uma diferença em relação às produzidas em série. Quando são importadas, as m l e será possível acompanhar a sua montagem.

Pode parecer bobagem, mas cada detalhe do processo é crucial. Isso porque, ao realizar o pedido de uma motocicleta, o comprador já recebe o número do chassi e o nome do montador. Desse modo, é possível acompanhar o estágio da produção por meio de fotografias. No Brasil, a montagem dos modelos será coordenada pelo uruguaio Sebástian Rochón, sócio no negócio e engenheiro mecânico. Rochón estava cotado para fazer parte da equipe do brasileiro Danilo Andric, que neste ano pilotará para a Yamaha na superstock, um degrau abaixo da principal categoria da motovelocidade. Rochón preferiu entrar no mundo dos negócios, sem perder a ligação com a velocidade sobre duas rodas. Afinal, dentro de alguns dias, embarcará para a Itália para fazer cursos na Ducati e na Bimota e para aprender os segredos que fazem da marca italiana um sonho de consumo ao redor do mundo.

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