30/06/2021 - 5:39
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quarta-feira aos cidadãos que “escutem os especialistas” e se vacinem, mas se declarou contrário à imunização obrigatória a nível nacional, apesar de o país ter registrado um recorde de mortes por covid-19 pelo segundo dia consecutivo.
“Não apoio a vacinação obrigatória”, afirmou em uma sessão anual na televisão em que responde as perguntas dos cidadãos, aos quais pediu que se vacinem de maneira voluntária.
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“Sempre houve pessoas que, de maneira geral, consideram que não devemos aplicar vacinas, e são muitas (…) não apenas em nosso país, mas também no exterior”, disse.
“Mas não se deve escutar as pessoas que não entendem nada sobre estes assuntos, que se baseiam em rumores, e sim os especialistas”, completou.
Apesar de não concordar com a imunização obrigatória a nível nacional, Putin destacou que, para evitar um confinamento estrito, “algumas regiões estão adotando a obrigatoriedade da vacinação”para determinadas categorias de pessoas”.
O país, que enfrenta uma aceleração dos contágios pela variante Delta, muito infecciosa, registrou 669 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, superando o recorde 652 vítimas fatais de terça-feira, de acordo com um balanço do governo.
As cidades mais afetadas são a capital, Moscou, e São Petersburgo, segunda maior localidade do país e sede de partidas da Eurocopa, que registraram 117 e 111 vítimas fatais em um dia, respectivamente.
No total, o país registrou 21.042 novas infecções nas últimas 24 horas e soma 5,5 milhões de casos desde o início da pandemia de coronavírus.
O número de mortes registradas oficialmente é de 135.214, mas a agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla dos óbitos relacionados com a covid-19, havia contabilizado 270.000 vítimas fatais até o fim de abril.
A Rússia é o país europeu com o maior número de mortes por covid-19, enquanto a campanha de vacinação iniciada em dezembro prossegue de maneira muito lenta, consequência da desconfiança da população.
Moscou voltou a adotar medidas de restrição, como o retorno ao teletrabalho para parte da população, a vacinação obrigatória para os trabalhadores do setor de serviços e um certificado sanitário para autorizar a entrada em restaurantes.
No momento, porém, as autoridades não cogitam um confinamento geral como o imposto no ano passado na cidade de 12 milhões de habitantes.
O governo admitiu na segunda-feira que a meta de vacinar 60% da população até o outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) é inalcançável.