Mais de 40 mil soldados americanos estão distribuídos em dezenove bases militares em países como Bahrein, Egito, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Catar, Arábia Saudita, Síria e Emirados Árabes Unidos.Mais de 40.000 soldados americanos estão atualmente baseados no Oriente Médio; muitos deles a bordo de embarcações militares, segundo uma análise recente do think tank americano Conselho de Relações Exteriores (CFR, na sigla em inglês).

Isso representaria um contingente ligeiramente menor do que os cerca de 43 mil soldados que estavam na região em outubro de 2024, quando as tensões recentes entre Israel e o Irã já se agravavam. Em anos anteriores, um número ainda menor de tropas americanas estava presente no Oriente Médio – um total de pouco mais de 30.000.

Oito bases permanentes no Oriente Médio

De acordo com o CFR, os Estados Unidos possuem instalações militares em pelo menos dezenove bases em países como Bahrein, Egito, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Catar, Arábia Saudita, Síria e Emirados Árabes Unidos. Destas, segundo analistas, oito seriam bases permanentes.

No entanto, as tropas americanas também utilizam grandes bases operadas formalmente por aliados, como em Djibuti e na Turquia, país parceiro na Otan. A maior presença da Força Aérea americana está na base de Al Udeid, no Catar, recentemente atingida por mísseis iranianos.

O campo de pouso, operado pela Força Aérea do Catar, também é utilizado pelas forças britânicas e australianas. Somados todos os locais, as forças americanas estão temporária ou permanentemente presentes em quase 30 bases no Oriente Médio.

Histórico da presença americana na região

A presença de tropas americanas na região ocorre em razão de mobilizações militares anteriores. Washington mantém várias bases no Kuwait desde a Guerra do Golfo, no início da década de 1990. Naquela época, o Iraque atacou o pequeno país vizinho produtor de petróleo e foi repelido pelas forças americanas.

Após a segunda Guerra do Iraque, em 2003, os EUA mantiveram suas tropas em dois pontos do país, entre outras coisas, para proteger as populações curdas e yazidis na região de Erbil, no norte do Iraque.

Presença na Síria desde a luta contra o EI

Os EUA também mantêm presença da Síria, no sul e no norte do país, este último, dominado pelos curdos. Durante a guerra civil síria, os EUA começaram a enviar forças especiais para a região de Rojava, predominantemente curdo-síria, em 2015. Os curdos locais foram brutalmente perseguidos pelo grupo terrorista “Estado Islâmico” (EI) durante a fase mais acirrada da guerra civil.

Até agora, o Irã se limitou a um ataque bastante simbólico à base catari de Al Udeid. Teerã alertou antecipadamente os EUA, e os mísseis iranianos foram aparentemente interceptados pelas defesas aéreas.

No entanto, ainda há dúvidas se o Irã poderia realmente representar uma ameaça significativa às tropas americanas na região com mísseis balísticos, observou o especialista em mísseis e drones o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) Fabian Hinz em entrevista à DW.

Irã dispara mais mísseis do que produz

O especialista militar menciona dados americanos que afirmam que o Irã pode produzir 50 mísseis balísticos por mês. Ele, porém, avalia que “embora isso represente uma taxa de produção considerável, ainda não é suficiente para manter a atual capacidade de ataque do Irã”. Segundo Hinz, os ataques a Israel desde meados de junho podem ter esgotado rapidamente o estoque iraniano.