Quando se trata de investimentos, muitas pessoas buscam aplicações de risco baixo e mais seguras, por não quererem ou não poderem correr riscos financeiros. Para esses perfis conservadores, existem algumas opções que oferecem rendimento acima da inflação, com risco perto de zero.

Os chamados investimentos de renda fixa apresentam, no momento da aplicação, as informações sobre quanto será o rendimento. Assim, é possível saber desde o começo quanto dinheiro você terá ao final do tempo investido.

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“Esta classe de ativos tem sido a preferência na carteira de investimentos”, afirma a especialista em mercado de capitais e sócia da The Hill Capital, Ana Carolina Weinsauer.

As aplicações de renda fixa tem seu rendimento atrelado a um indicador, geralmente à Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 10,5% ao ano.

Quanto rende R$ 1 mil em 1 ano? Veja simulações

A partir dos juros esperados para os próximos 12 meses, Weinsauer calculou o rendimento de diferentes investimentos. A simulação trabalha com o cenário de que os juros subam e o rendimento atrelado a 100% da Selic chegue a 11,39% em 1 ano.

Assim, um aplicação de R$ 1.000 alcançaria ao final de 12 meses R$ 1.113,90 no Tesouro Direto Selic, R$ 1.136,60 em um CDB com rendimento de 100,50% do CDI e R$ 1,107,10 em um LCA com rendimento de 94% do CDI. Veja  o comparativo no quadro abaixo:

Rendimento de R$ 1.000 após um ano
InvestimentoRentabilidadeValor após um ano
Tesouro Direto Selic11,39%R$ 1.113,90
CDB com rendimento de 100,50% do CDI13,67%R$ 1.136,60
LCA com rendimento de 94% do CDI10,71%R$ 1,107,10

Os três investimentos ganham da caderneta de poupança, que tem atualmente retorno projetado em 7,31% em 12 meses.

Entenda cada um dos investimentos

A simulação feita por Weinsauer considerou três opções de investimentos em renda fixa:

  • Tesouro Direto Selic: trata-se de uma aplicação em títulos do Tesouro Nacional. Em troca, o investidor receberá o rendimento equivalente à taxa básica de juros.
  • CDB: são títulos emitidos por bancos, ou seja, funcionam como um tipo de “empréstimo” para as instituições financeiras. Possuem diferentes rendimentos. Para a simulação, foi utilizado um CDB com rentabilidade de 100,5% do CDI.
  • LCA: também são títulos emitidos por bancos, porém tem o uso do dinheiro investido atrelado a empréstimos que serão oferecidos pela instituição ao agronegócio. Diferente do Tesouro Selic e dos CDBs, são isentos de imposto de renda.

Ao optar pelo CDB ou LCA é importante atentar ao prazo. Há algumas opções desses investimentos com liquidez diárias ou prazos curtos. Porém outras só podem ser sacadas na data do vencimento, que pode ser muitos anos para frente.

Um investimento de renda fixa que não entrou para a lista foram os fundos de investimento Selic, que compram títulos do governo. Segundo Weinsauer, eles costumam ter rentabilidade de 100,35% do CDI no ano. Todavia, não é possível cravar seu rendimento como os outros investimentos de renda fixa.

Selic elevada favorece a renda fixa

Weinsauer explica que o atual patamar alto da taxa básica de juros favorece a renda fixa, justamente pois muitos investimentos são atrelados à Selic ou ao CDI.

“O mercado precifica uma alta no DI futuro em 11,39%, ou seja, uma alta no meio do caminho”, explica a especialista. A sigla DI refere-se a depósito interbancários. A taxa DI é a média de juros pagos nestes empréstimos.

Também chamada CDI (certificado de depósitos interbancários), ela é utilizada como indexador dos rendimentos de várias aplicações de renda fixa. Há aplicações que rendem 80% ou 100% do DI, por exemplo.

O CDI costuma ter grandeza semelhante à Selic. Assim, “os movimentos da Selic têm impacto sobre a remuneração que os investidores encontram nas aplicações financeiras de modo geral”, explica Weinsauer.

Segundo a última pesquisa semanal do Banco Central com economistas, o mercado segue projetando uma Selic mantida em 10,50% até o fim deste ano. O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto destacou, porém, na última sexta-feira, 16, que os dirigentes da instituição não estão dando nenhuma orientação sobre as próximas decisões de política monetária, mas que subirão juros se for necessário.