Além do vaivém da economia, os trabalhadores brasileiros ainda precisam lidar com salários baixos e, parte das vezes, com uma política de remuneração totalmente meritocrática. Mas, como acertar no pedido de aumento? 

Segundo Marcelo Treff, professor de Gestão de Pessoas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), se o trabalhador tem bom desempenho, um aumento salarial pode trazer o sentimento de reconhecimento e de valor. Mas, nos casos em que esse reconhecimento não chega, o sentimento é exatamente o oposto: injustiça e falta de valorização. 

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“É importante estar preparado para os dois cenários. Mas, acima de tudo, ter consciência das próprias possibilidades e da empresa em que se trabalha”, recomenda.

Para ele, a recomendação é que se justifique um pedido de aumento sem usar argumentos de ordem pessoal. “Justificar o pedido se comparando com colegas de trabalho não é visto com bons olhos, é um convite para o pedido dar errado”, diz Treff.

69% das trabalhadoras sentem ansiedade ao negociar

A pressão por metas e cobrança por resultados podem causar uma série de instabilidades em indivíduos, inclusive na hora de buscar um salário mais adequado. O cenário pode piorar quando o pedido parte de mulheres.

Uma pesquisa publicada pelo portal People Management mostrou que 69% das mulheres trabalhadoras sentem ansiedade ou se preocupam em negociar seus salários. Entre elas, 20% acreditam que o pedido pode prejudicar a carreira; apenas 16% se sentem mais confiantes quando o tema é dinheiro. 

Os dados coletados pela empresa Syndio também mostram que as razões das mulheres quando se trata de negociar salário são medo de rejeição (25%), falta de confiança (23%) e preocupação em parecer insistente (21%).