Homem, de 36 a 55 anos, não-filiado a partidos políticos e que recebeu auxílio emergencial durante a pandemia de covid-19. Esse é o perfil geral dos participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Os dados foram reunidos pelo grupo técnico vinculado à Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (Sppea) do Ministério Público Federal (MPF), que está elaborando um perfil dos investigados. O trabalho irá contribuir para apurar as responsabilidades individualizadas de cada investigado.

Segundo o levantamento, entre mil pessoas detidas por envolvimento nos atos antidemocráticos em Brasília, metade recebeu auxílio emergencial.

Metade dos presos por atos golpistas no DF recebeu auxílio emergencial, diz PGR

Também entre os detidos, 60% são homens, e a maioria tem entre 36 e 55 anos de idade. Menos de um quinto tem filiação partidária e alguns detidos se candidataram em eleições passadas ou forneceram serviços para campanhas políticas.

Como se chegou ao perfil

De acordo com o MPF, o grupo que faz o levantamento é composto por 15 integrantes, entre peritos e especialistas em tecnologia da informação. Eles coletam informações em diversos bancos de dados disponíveis, com uso de CPF, CNPJ, placa de automóvel, entre outros.

Outra frente de atuação é a perícia de dispositivos eletrônicos apreendidos para coleta de provas de postagens em redes sociais, e-mails, arquivos de computador, celular e documentos salvos em nuvens.

Até o momento, 835 pessoas foram denunciadas por participação nos ataques, sendo 645 incitadores (participaram dos atos ou foram presas em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, mas sem depredar os prédios dos três Poderes); 189 executores (responsáveis por invasão, vandalismo e depredação); e um agente público por omissão.

As denúncias são encaminhadas ao ministro Alexandre de Mores, responsável pelas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Justiça Federal no Distrito Federal que 54 pessoas e três empresas sejam condenadas, em definitivo, a ressarcir o erário público em R$ 20,7 milhões por financiarem os atos que depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.

le (AgBR)