A família Batista começou com uma pequena casa de carnes em Anápolis, interior de Goiás, aberta pelo patriarca José Batista Sobrinho, em 1953.

Hoje, os herdeiros são donos da JBS, a maior empresa privada brasileira em receita, com valor de mercado de R$ 40 bilhões. Além disso, a família, por meio da holding J&F, conta com empresas na área financeira, celulose, limpeza, mídia e agora no setor de calçados, com a compra da Alpargatas, dona da Havaianas, por R$ 2,67 bilhões, nesta segunda-feira 23.

O negócio da família, cujos irmãos Wesley e Joesley Batista são as duas figuras públicas, começou a ganhar tração a partir de meados de 2000. Em 2003, o JBS faturou R$ 3,5 bilhões. No ano passado, sua receita operacional liquida foi de R$ 120 bilhões.

Esse salto se deveu a compras agressivas no mercado internacional. A primeira delas foi a Swift, em 2007, que custou R$ 1,6 bilhão. Em 2009, foi a vez da americana Pilgrim´s Pride, à beira da falência, por US$ 2,8 bilhões.

Neste mesmo ano, a JBS comprou a brasileira Bertin, que também enfrentava problemas financeiros, dando início à consolidação do setor de carnes no mercado brasileiro.

Vale citar ainda a aquisição da marca Seara, do rival Marfrig, por R$ 5,85 bilhões, em 2013, e do grupo Primo, na Austrália, por US$ 1,25 bilhão, em 2014.

Com a compra da Seara, a JBS criou uma divisão de alimentos industrializados, batizada de JBS Foods, com a missão de concorrer com a BRF, a fusão da Sadia e Perdigão.

O objetivo da família Batista é abrir o capital da JBS Foods. Foram feitas duas tentativas que não foram adiante, em razão das condições adversas do mercado brasileiro de capitais.

Ao mesmo tempo em que expandia seus negócios internacionais com a JBS, a família Batista começou a diversificar suas operações.

Os outros negócios da família foram concentrados na holding J&F, comandada por Joesley Batista. Entre eles está a Eldorado Brasil (celulose), Vigor (lácteos), higiene e beleza (Flora), Banco Original (financeiro), Canal Rural (mídia), confinamento de gado nos Estados Unidos e Austrália (Oklahoma) e criação de gado (Floresta Agropecuária).

A Eldorado Brasil, por exemplo, conquistou seu primeiro lucro no terceiro trimestre de 2015. A Vigor, que também é de capital aberto, vale R$ 1,5 bilhão e lucrou R$ 66,1 milhões no ano passado – nos nove primeiros meses desse ano, o lucro foi de R$ 174,7 milhões.

Com a Alpargatas, a família Batista ganha uma das marcas mais internacionalizadas do Brasil: as populares sandálias Havaianas.

No ano passado, a empresa que era controlada pela Camargo Corrêa e faturou R$ 3,7 bilhões no passado. Seu valor de mercado atualmente é de R$ 4,5 bilhões.