14/06/2024 - 10:34
O Sul do Brasil é a região que apresenta proporções mais próximas entre estabelecimentos de ensino, de saúde e de religião em todo o País. Já o Norte registra a maior diferença. É o que mostra novo recorte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir dos dados do Censo 2022.
Divulgado nesta sexta-feira, 14, o Cadastro de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) é um desdobramento de um estudo divulgado em fevereiro.
Em fevereiro, o Censo havia mostrado que o Brasil tem mais templos e igrejas do que a soma de instituições de ensino e de saúde.
– O levantamento mostra que os Estados do Sul contam com 43,4 mil estabelecimentos de saúde e 34,5 mil de ensino. A soma deles ultrapassa os 67,6 mil estabelecimentos religiosos da região.
– No Norte, por sua vez, há 29,4 mil endereços voltados ao ensino e 15,3 mil à saúde. A soma representa 43% dos 79,6 mil estabelecimentos religiosos.
“Na monarquia, no primeiro censo, havia mais de 99% de católicos. Havia um pouquinho de evangélicos vindos da Europa. Agora os católicos estão em torno de 50%, e diminuindo ainda mais, enquanto os evangélicos, pouco mais de 30%”, disse ao Estadão em fevereiro o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, pesquisador aposentado do IBGE.
“O Rio de Janeiro já estava à frente nessa transição religiosa, e há alta concentração disso na região metropolitana, muito povoada.”
Os dados mostram também que o Nordeste é a região que apresenta o maior número de estabelecimentos agropecuários, com 1,47 milhão de endereços destinados a este fim. Mais de 1/3 deles se localiza na Bahia, Estado mais populoso da região e quarto maior no País.
O IBGE ressalta, contudo, que os estabelecimentos não precisam necessariamente serem registrados para se enquadrarem em alguma categoria. Um lote onde há cultivo de frutas, por exemplo, já é considerado um estabelecimento para fins de censo.
Em 2022, o Nordeste era também a segunda entre as cinco grandes regiões brasileiras com mais imóveis em construção ou reforma, com 1.218.075. Nesse quesito, ela só ficava atrás do Sudeste, que reúne três dos quatro estados mais populosos do País – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O censo apurou que 1.402.093 endereços do Sudeste tinham edificações em construção ou reforma naquele período, sendo que a maior parte ficava em São Paulo, com 605.209.