Quem costuma assistir às grandes cerimônias de premiação da indústria americana do entretenimento, como o Oscar, o Grammy e o Emmy, com certeza já ouviu falar nos nomes de Vera Wang e de Monique Lhuillier. Elas nunca concorreram a nenhum dos prêmios distribuídos nessas noites glamourosas e aguardadas por milhões de fãs ao redor do mundo. Mas estão sempre presentes no palco mais importante: o tapete vermelho. As duas e mais meia dúzia de estilistas têm o privilégio de emoldurar as várias beldades e estrelas que dão o ar da graça nesses eventos com vestidos estonteantes e que estarão em todos as publicações dedicadas à moda nos dias, semanas e meses que se seguirem às premiações. Além dos trajes de festa, ambas são famosas também por seus vestidos de noiva, que as fizeram conhecidas já no início de suas carreiras no mundo fashion. As atrizes Sharon Stone, Uma Thurman e Kate Walsh, por exemplo, fizeram juras de amor a seus eleitos vestidas com criações das duas estilistas. 

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Agora, as brasileiras que fazem questão de seguir a tradição poderão se inspirar nas hollywoodianas ao subirem ao altar. Desde o fim de junho, modelos da linha noiva tanto de Vera quanto de Monique estão à venda com exclusividade na butique de luxo WhiteHall, localizada no bairro dos Jardins, em São Paulo. Como o casamento anda em alta no País (até agora, o IBGE já anotou um aumento de 7,7% de uniões, em 2011, com relação a 2010) e de olho no crescimento anual de cerca de 20%  da indústria casamenteira, as irmãs Lívia Colucci e Alana Martinez foram atrás da representação das duas marcas, que dominam o mercado de luxo de  noivas, nos EUA, que movimenta US$ 3,5 bilhões por ano, só em vestidos. “Nossa meta é comercializar 240 vestidos, das duas estilistas, a cada ano”, diz Lívia, que se casou em 2010 com um modelo Vera Wang. “Pelo movimento da loja nesses três primeiros meses, acredito que alcançaremos esse objetivo.” Nesse período, já foram vendidas 15 peças assinadas por Vera Wang e 11 por Monique Lhuillier. 

 

Lívia lembra que foi depois das três viagens que fez aos EUA, por conta de seu vestido de noiva, que resolveu se associar à irmã, que é solteira, para trazer as duas grifes ao País. Para manter a alma exclusiva das marcas, apesar de os modelos não serem sob medida, a estratégia das irmãs empresárias foi trazer somente uma peça de cada modelo importado, que custa entre R$ 13 mil e 

R$ 35 mil. Além disso, atentas aos anseios das exigentes consumidoras de luxo, Lívia e Alana determinaram que o atendimento na loja seja feito só com hora marcada. “Resgatamos o modelo da butique clássica, no qual o atendimento é personalizado”, diz Alana. “Assim, compreendemos as necessidades da noiva contemporânea, que, cada vez mais, busca praticidade no luxo.” Mas atenção: as vestimentas importadas pela WhiteHall não podem ser personalizadas. “Por contrato não podemos fazer nenhuma alteração ou adaptação ao modelo original e assinado pelas duas designers”, afirma Lívia. “Só fazemos pequenos ajustes.” 

 

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Se a chegada das duas marcas ao País tem causado frisson entre as moças casadoiras do high society paulistano (por enquanto), já está também incomodando a concorrência nacional. O cultuado estilista brasileiro Samuel Cirnansck, participante assíduo da São Paulo Fashion Week (SPFW), conhecido pelo seu trabalho de moulage (modelagem feita diretamente no corpo da cliente) e por ter assinado, entre outros, o vestido de casamento da atriz Juliana Paes, já se preocupa. “Fico um pouco assustado com os preços desses vestidos, já que são parecidos com os que pratico”, afirma Cirnansck, que cobra, no mínimo, R$ 12 mil por uma peça. Já a estilista Gloria Coelho, que desenvolveu sua primeira coleção exclusiva para noivas no primeiro semestre, tem uma posição bem mais relax. “É muito bom ter concorrência”, afirma Gloria,  cujos vestidos de noiva variam de R$ 2,5 mil a R$ 30 mil. “Ela nos faz crescer.”

 

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