Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin colocou seu arsenal nuclear em estado de alerta. Sua atitude e a resistência da OTAN em realizar uma interferência direta nos relembra de uma das principais heranças da Guerra Fria: o inventário de armas nucleares armazenado no hemisfério norte do planeta.

Apesar de apenas cinco países não fazerem parte do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, a ameaça de uma guerra desse tipo continua presente, e bastaria apenas apertar um botão para dizimar milhões de pessoas da face da Terra.

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Isso leva a uma questão: quantas bombas nucleares existem no mundo?

Quem tem mais bombas nucleares?

Nesse mapa, os países vermelhos são os que possuem armas nucleares. Os azuis fazem parte da zona onde bombas nucleares são banidas, e os amarelos assinaram o Tratado de Não-Proliferação.

A maioria das bombas nucleares do mundo pertencem aos Estados Unidos e Rússia, as figuras centrais da Guerra Fria. E é um número significativo: das 12.700 que existem no planeta, estima-se que 90% pertença a esses dois países, um legado do que foi vivido no último século, quando as duas nações estavam na iminência de um conflito, o que levou a uma corrida nuclear.

Na contagem atual, a Rússia tem 6.000, e os Estados Unidos, 5.500.

Nas décadas após a Segunda Guerra Mundial, ambos os países começaram uma produção massiva de bombas nucleares, passando das 30.000 para cada. Segundo Richard J Burt, negociador chefe do Strategic Arms Reduction Treaty no governo de George Bush, “ambos os lados sobrecarregaram a construção sem previsibilidade”.

O objetivo disso era assegurar a destruição mútua: se você me atacar, eu te ataco de volta. Os países desenvolveram até mecanismos de defesa para lançar essas bombas nucleares mesmo depois que alguma fosse lançada contra eles.

Isso funcionaria como uma política de dissuasão: você não vai me atacar, porque eu o atacarei de volta.

A OTAN tem bombas nucleares?

Na contagem atual, a OTAN possui 6.000 bombas nucleares, mas apenas 500 não pertencem aos Estados Unidos. Dos 30 países membros, somente outros dois também têm armas nucleares: o Reino Unido e a França.

 

Mas comparados ao país norte-americano, a França e o Reino Unido guardam arsenais pequenos, com 290 e 225 bombas nucleares, respectivamente. Todavia, isso não diminui o risco que elas apresentam; apenas uma dessas bombas poderia causar uma destruição massiva e inimaginável.

 

Ainda que as outras 27 nações não possuam suas próprias bombas, existe uma porção de países que guarda armas feitas pelos Estados Unidos. Isso é parte do programa de compartilhamento nuclear presente na OTAN; essas armas estão disponíveis na Itália e Alemanha, por exemplo, e podem ser ativadas pela força aérea desses países se seus líderes acharem necessário causar tal tipo de destruição.

Outros países com bombas nucleares

A China possui 350 bombas nucleares até então. Acredita-se que o país possua o terceiro maior arsenal dentre as cinco nações nucleares do mundo, e alguns especialistas de defesa norte-americanos acreditam que ele irá crescer rapidamente na próxima década.

 

Mas há uma curiosidade sobre a China: ela é a única nação que se comprometeu a “não usar ou ameaçar usar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares ou zonas livres de armas nucleares a qualquer momento ou sob qualquer circunstância” e “não ser a primeira a usar armas nucleares a qualquer momento ou sob qualquer circunstância”.

 

A Índia e o Paquistão também possuem armas nucleares: 160 e 165, respectivamente. Desde que ocorreu a Partição da Índia em 1947, muitos conflitos violentos surgiram entre as duas nações, que nasceram como estados modernos a partir desse evento.

 

Isso faz com que alguns considerem o subcontinente indiano como um palco potencial para uma futura guerra nuclear. E como nenhum dos dois países assinou o Tratado de Não-Proliferação, é certo afirmar que ambos estão presos numa corrida de armas nucleares um contra o outro.

 

A Coreia do Norte possui, atualmente, 20 bombas nucleares. Israel, por fim, é uma nação ambígua: estima-se que o país possua 90 armas nucleares, mas nada é afirmado oficialmente. Segundo Robert Satloff, diretor executivo do Washington Institute for Near East Policy, “essencialmente a barganha tem sido de que Israel guarde sua dissuasão nuclear bem fundo no porão e Washington guarde suas críticas trancadas no armário”.

 

Além desses países, o resto do mundo não possui armas nucleares.