Já imaginou o que faria com R$ 100 mil na sua conta? Seja para uma grande realização pessoal ou para a tranquilidade de uma reserva financeira, essa quantia representa um marco de liberdade. O que parece um objetivo distante, no entanto, pode ser alcançado com disciplina e planejamento.

+Alexandre Pires conta que Faustão se confundiu e lhe fez um Pix errado de R$ 100 mil

A chave para atingir a meta está na consistência e na matemática. A depender de quanto você possa guardar todos os meses, é possível juntar R$ 100 mil em investimentos em um, dois ou três anos.

O planejador financeiro e especialista em investimentos Jeff Patzlaff calculou quais os valores que precisam ser guardados em diferentes aplicações de renda fixa nestes períodos. Confira a seguir:

Quanto guardar por mês para juntar R$ 100 mil

  • Em 1 ano: nas aplicações de renda fixa, seria necessário investir R$ 8 mil por mês.
InvestimentoAporte mensalValor líquido alcançado
Tesouro SelicR$ 8.000,00R$ 101.137,22
Tesouro IPCAR$ 8.000,00R$ 100.050,63
CDB PósR$ 8.000,00R$ 101.273,11
  • Em 2 anos: caso aumente o prazo, o valor cai para R$ 3,8 mil por mês.
InvestimentoAporte mensalValor líquido alcançado
Tesouro SelicR$ 3.800,00R$ 102.257,16
Tesouro IPCAR$ 3.800,00R$ 99.839,57
CDB PósR$ 3.800,00R$ 102.521,01
  • Em 3 anos: no prazo mais longo da simulação, o valor do aporte mensal seria de R$ 2,3 mil.
InvestimentoAporte mensalValor líquido alcançado
Tesouro SelicR$ 2.300,00R$ 98.846,80
Tesouro IPCAR$ 2.300,00R$ 95.212,61
CDB PósR$ 2.300,00R$ 99.226,20

E quem só pode guardar menos por mês?

Os números apresentados podem parecer elevados para alguns orçamentos, mas é fundamental entender que o valor mais importante não é o montante final, e sim o ato de começar. O ponto de partida para qualquer planejamento financeiro de sucesso é a consistência.

Mesmo que sua realidade atual não permita guardar os valores exatos da simulação, cada real economizado faz a diferença a longo prazo. O simples hábito de guardar R$ 50, R$ 100 ou o que for possível por mês já é um avanço significativo, pois combate a mentalidade de “gastar todo o dinheiro” e inicia o ciclo positivo de poupança.

Lembre-se: o mais importante é não ficar parado. Os juros dos investimentos funcionam como uma “bola de neve” que acelera seus ganhos ao longo do tempo. Começar hoje, com o que você tem, é a decisão mais inteligente que você pode tomar para garantir a saúde das suas finanças.

Entenda os investimentos

Todos os investimentos citados na simulação pertencem à categoria de renda fixa, um tipo de aplicação onde as regras de rendimento são conhecidas no momento da compra do título. Assim, estas aplicações oferecem maior segurança e previsibilidade.

A renda fixa contrapõe-se a renda variável, formada por investimentos como ações e fundos imobiliários. Nesta categoria, o retorno é incerto e há até mesmo o risco de perdas.

O primeiro dos investimentos de renda fixa a entrar na simulação é o Tesouro Selic. Trata-se de um título de dívida emitido pelo governo federal, ou seja, funciona como uma espécie de “empréstimo” para os cofres públicos. Pertencem ao programa Tesouro Direto que, por contar com a garantia do Tesouro Nacional, é considerado o investimento mais seguro do país.

A principal vantagem do Tesouro Selic é a altíssima liquidez, ou seja, a facilidade de resgate a qualquer momento sem perdas significativas. Seu rendimento acompanha de perto a taxa básica de juros da economia (Selic). Assim, caso ocorra cortes na taxa, o rendimento irá cair. Para o levantamento, foi considerada a Selic atual, de 15% ao ano.

O Tesouro IPCA+ é outro título do programa Tesouro Direto. Seu rendimento é formado pela variação da inflação oficial do país (o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA) do período, mais uma taxa de juros fixa. Assim, ele protege seu poder de compra contra a alta dos preços. No levantamento, Jeff Patzlaff utilizou a inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 5,23%.

Diferente do Tesouro Selic, o Tesouro IPCA+ tem liquidez apenas na data de vencimento do título. Caso precise resgatar o dinheiro antes, o investidor ficará sujeito a chamada “marcação a mercado”, um tipo de negociação paralela em que pode haver perdas do rendimento e até do valor investido.

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de renda fixa emitido por bancos para captar recursos. Na modalidade pós-fixada, seu rendimento está atrelado a um índice como o CDI (que acompanha a Selic). Na simulação, Patzlaff utilizou assim a taxa de 14,90% ao ano.

Também são extremamente seguros, pois contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para valores de até R$ 250 mil por CPF e por instituição. De qualquer forma, é recomendável escolher títulos emitidos por instituições financeiras renomadas, para evitar dores de cabeça. Como há opções tanto com liquidez diária como no vencimento, é necessário também atenção com o prazo antes de investir seu dinheiro.