Desde que assumiu a Casa Branca, Donald Trump tem implementado – e voltado atrás e modificado e retomado – tarifas aos montes para diversas nações, indo desde tarifas recíprocas para países a tarifas para produtos específicos.

O panorama de guerra comercial implementado por Trump muda quase que diariamente, já que o presidente americano tem negociado com os países e eventualmente até muda de ideia conforme a reação deles.

Para o Brasil, por exemplo, o republicano confirmou na quarta-feira, 30, os 40% adicionais aos produtos brasileiros, totalizando 50%, mas elencou centenas de exceções. Aguardadas para estarem valendo desde hoje, agora só entram em vigor dia 6 de agosto (até o momento).

No caso de países que ainda não firmaram acordo, tarifas em vigor ou anunciadas ficam entre 15% e 20%.

Entenda quais estão em vigor atualmente e, das anunciadas, as que entram em vigor em breve:

Tarifas para o Brasil

O Brasil terá um aumento de 40 pontos percentuais sobre os 10% que já eram cobrados anteriormente, conforme anunciado nesta semana.

A medida já havia sido anunciada no dia 9 de julho em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justificando medidas arbitrárias do Supremo Tribunal Federal (STF) e alegando uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Apesar do patamar de 50% da tarifa, quando o presidente dos EUA assinou a ordem executiva, deixou uma série de itens fora da lista, incluindo produtos como castanhas, sucos, polpas, minério de ferro, combustível de aviação e equipamentos usados na aviação civil.

Em contrapartida, produtos como carne e café, que são relevantes na relação comercial entre os dois países, seguiram dentro da cobrança.

A medida entrará em vigor no dia 6 de agosto.

União Europeia

No fim de julho, os países europeus também definiram um entendimento. Acordou-se que 70% dos produtos enviados ao mercado americano pagariam uma taxa de 15%.

Todavia, há uma tarifa específica que recai sobre o aço, alumínio e cobre, com alíquota de 50% – essa então segue, ficando fora do acordo.

Remédios e semicondutores ficaram de fora dessa rodada de aumento, mas Trump indicou que esses setores ainda podem ser atingidos.

Os demais 30% seguem em tratativas. O bloco europeu se comprometeu a comprar energia dos EUA num total de US$ 750 bilhões até 2028 e a direcionar US$ 600 bilhões em aportes no país.

O presidente dos EUA também chegou a ameaçar uma tarifa de 50% para praticamente todos os produtos (em maio) e uma tarifa de 200% para produtos alcóolicos, incluindo vinho e champagne (em março), mas nenhuma das duas chegou a começar a vigorar

China

O dragão asiático será o país mais afetado pelas tarifas anunciadas, caso passem a vigorar. As alíquotas, somadas, podem chegar a 145%, incluindo:

  • Uma recíproca de 10% iniciada em abril
  • Uma relacionada ao fentanil de 20% (inicialmente de 10% e depois elevada para 20%) anunciada em março
  • Uma específica contra a China que sofreu aumentos graduais e chegou a 115%

O que ocorre é que esse patamar tarifário elevado foi reduzido após o acordo de livre conflito em 12 de maio de 2025, que levou a uma queda para aproximadamente 30 % para os EUA (e redução recíproca da China de 125 % para 10 %) por um período de 90 dias.

A trégua vai até dia 12 de agosto, e até lá é esperado um eventual novo acordo entre os dois países. No fim de julho foi anunciado que a trégua deve ir além de agosto, mas não houve uma confirmação oficial por nenhuma das duas partes.

Rússia

Já com sanções aplicadas desde o início da Guerra da Ucrânia, há anos atrás, Trump prometeu então aumentar as alíquotas.

Ainda no fim de julho o republicano declarou que a Rússia teria apenas 10 dias para encerrar a guerra, caso contrário as tarifas seriam de 100%.

A fala oficializou uma redução de um prazo anteriormente dado pelo líder americano, que era de 50 dias – segundo a Casa Branca, isso se deu após uma ‘decepção’ com Putin.

Em declarações oficiais, membros do Kremlin tem pormenorizado as medidas anunciadas, declarando que a Rússia desenvolveu uma certa ‘imunidade’ a esse tipo de sanção.

“Vivemos sob uma enorme quantidade de sanções já há bastante tempo. Nossa economia funciona sob um grande número de restrições atualmente. Por isso, já desenvolvemos uma certa imunidade em relação a isso”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Canadá

Em julho, Washington informou que as exportações canadenses sofreriam tarifa de 35% a partir de agosto. Em pronunciamento recente, Trump também ameaçou o país com novos impostos caso reconheça oficialmente a Palestina como Estado.

Japão

No dia 31 de julho entrou uma tarifa de 25% para uma lista extensa de produtos – mas com algumas exceções – que foi adiada até o dia 7 de agosto.

Após isso, o governo japonês fechou um acordo e a tarifa caiu para 15% – com tratativas que contemplam investimento de US$ 550 bilhões nos EUA.

A tarifa abrange veículos e peças de carro, que estavam com essa alíquota já desde o início do ano de 2025.

Reino Unido

Há uma tarifa recíproca em vigor desde o fim de julho, com duração prevista até dia 7 de agosto, de 10% sobre a maioria dos produtos, com várias exceções, incluindo aço, alumínio, carros e peças automotivas, computadores, smartphones e outros componentes eletrônicos.

Desde maio, Londres e Washington tem fechado acordos para reduzir e cortar tarifas.

Coreia do Sul

Tarifa recíproca que entrou em vigor no fim de julho e vai até 7 de agosto. A alíquota é de 15%, abaixo dos 25% inicialmente previstos.

Há exceção para itens como aço e alumínio, que estão com alíquota de 50%.

Nos acordos firmados com Seoul, os sul coreanos prometeram um aporte de US$ 350 bilhões nos EUA, além de um contrato de compra de US$ 100 bilhões em gás natural e outros insumos.