22/09/2022 - 6:33
Quase 200 baleias-piloto morreram depois que ficaram encalhadas em uma praia na costa oeste da ilha australiana da Tasmânia, que foi cenário de outra morte em larga escala de cetáceos há dois anos.
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Após um grande esforço em condições difíceis, as autoridades anunciaram que apenas 32 das 226 baleias-piloto encalhadas tinham força suficiente para um resgate.
“Estamos trabalhando para levar as baleias que foram consideradas aptas de volta ao mar”, declarou Sam Thalmann, biólogo marinho, à AFP.
As imagens aéreas mostram dezenas de baleias ao longo da areia da praia Ocean.
“Infelizmente temos uma taxa elevada de mortalidade neste encalhe. Isto se deve principalmente às condições de exposição na praia Ocean”, afirmou Brendon Clark, diretor de operações do departamento local de vida selvagem.
“As condições ambientais, as ondas na costa oeste, certamente estão afetando os animais”, acrescentou.
Normalmente, os socorristas entram na água e usam arreios para devolver os cetáceos ao mar, mas desta vez empregam uma nova técnica com a ajuda mecânica de uma empresa de aquicultura.
Eles pretendem levar os animais de barco para alto-mar, com o objetivo de evitar um novo encalhe.
Após a descoberta dos animais, os moradores da região cobriram as baleias com mantas e usaram baldes de água para mantê-las com vida.
Há dois anos, a região foi cenário do encalhe de quase 500 baleias-piloto, o maior já registrado no país. Mais de 300 morreram, apesar dos esforços de resgate.
Clark disse que na época as condições eram menos severas para os cetáceos porque estavam “em águas muito mais resguardadas”.
A equipo de resgate examinou os animais para definir os que tinham mais possibilidades de sobreviver, explicou.
“Os objetivos de hoje são as operações de resgate e liberação”, insistiu Clark, que também destacou a importância de retirar os cadáveres dos animais da praia para evitar atrair tubarões.
– Investigação das causas –
Os restos mortais serão submetidos a necropsias para tentar determinar o motivo do encalhe, muitas vezes desconhecido.
Os cientistas sugerem que o fenômeno pode ser provocado por animais que perderam o rumo depois de procurar alimentos perto da costa.
As baleias-piloto, que podem atingir seis metros, são muito sociáveis e costumam seguir os companheiros de grupo que entram em situações de perigo.
Em algumas ocasiões, isto acontece quando baleias idosas, doentes ou feridas nadam até a costa e outras integrantes do grupo as seguem, em uma tentativa de responder aos sinais de socorro da baleia que ficou encalhada.
Alguns cientistas acreditam que praias levemente inclinadas como as da Tasmânia confundem o sonar dos cetáceos e os levam a pensar que estão em mar aberto.
Esta semana também foram encontrados 14 cachalotes machos jovens mortos, encalhados em uma praia remota em King Island, entre a Tasmânia e a costa de Melbourne.
A morte dos cetáceos poder ser um caso de “desventura”, afirmou o biólogo da vida selvagem Kris Carlyon, da agência ambiental do governo, ao jornal local Mercury.
A Nova Zelândia também registra encalhes com relativa frequência.
No país, quase 300 animais são encontrados encalhados por ano em média, de acordo com os números oficiais. Não é incomum observar grupos de 20 a 50 baleias-piloto encalhadas em uma praia.
Mas os números podem alcançar centenas, como em 2017, quando cerca de 700 baleias ficaram encalhadas.
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