Mais de 200 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus foram administradas em pelo menos 107 países e territórios – aponta balanço da AFP, com base em fontes oficiais.

Cerca de 45% das doses foram injetadas nos países do G7 (Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão), cujos membros se comprometeram, em reunião na sexta-feira (19), a favorecer uma distribuição mais justa das vacinas.

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Este grupo de sete países ricos e democráticos responde por apenas 10% da população mundial.

Esse número de vacinas administradas é inferior ao real, já que dois países importantes, Rússia e China, não comunicam seus balanços oficiais há dez dias.

– Os ricos vacinam, os pobres esperam –

Na sexta-feira, os países do G7 anunciaram que vão dobrar o apoio à vacinação contra o coronavírus, que chegará a 7,5 bilhões de dólares, principalmente por meio do programa Covax, administrado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é levar doses suficientes de vacinas para países com menos recursos.

Mas agora, nove em cada dez vacinas são injetadas em países de alta ou média-alta renda, de acordo com a classificação do Banco Mundial, e quase metade (45%) nos do G7.

Cerca de 1,84 bilhão de pessoas – quase um quarto da população mundial – vivem em países onde ainda não foram vacinados.

“Nenhum país estará seguro até que todos estejam”, alertou esta semana a Organização dos Estados Americanos (OEA) em resolução aprovada por aclamação por seu Conselho Permanente, que reúne os 34 membros ativos do órgão.

A iniciativa, apresentada pelos países da Comunidade do Caribe (Caricom), e copatrocinada pela Argentina, México, Nicarágua, Panamá e Uruguai, entre outros, destaca que vai depender de todo o planeta derrotar o vírus de forma “sustentável” e com “disponibilidade e distribuição de vacinas para todos”.

– Israel na liderança –

Israel é, de longe, o país mais avançado em vacinação, já que 49% de sua população recebeu pelo menos uma dose da vacina. Neste momento, um em cada três habitantes em Israel (33%) recebeu as duas doses necessárias.

Outros países superaram os 10% de população vacinada. São eles: Reino Unido (25%), Bahrein (16%), Estados Unidos (13%), Chile (12%) e Maldivas (12%).

Em termos numéricos, os Estados Unidos são o país que aplicou o maior número de vacinas (59,6 milhões de doses), à frente de China (40,5 milhões até 9 de fevereiro), Reino Unido (17,5 milhões), Índia (10,7 milhões) e Israel (7,1 milhões).

Os 27 países da União Europeia acumulam 26 milhões de doses, administradas a 3,8% da população. Malta (9,2%) está na liderança, enquanto França, Alemanha ou Espanha estão no meio.

– Mais de dez vacinas-

América do Norte, Europa, Israel e os países do Golfo optaram amplamente pelas vacinas desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech (Estados Unidos / Alemanha) e Moderna (Estados Unidos). As doses da Pfizer / BioNTech também são administradas no Japão e na Nova Zelândia.

Grande parte da Europa também vacina com as doses sueco-britânicas AstraZeneca / Oxford, também usadas na Índia, Sri Lanka, Bangladesh ou Marrocos.

A Índia também depende de uma vacina desenvolvida localmente, a da Bharat Biotech.

A vacina Sputnik V, do centro russo Gamaleya, é administrada na Rússia, Argentina, Venezuela, Irã e Argélia.

As duas vacinas chinesas desenvolvidas pela Sinopharm são usadas nos Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Seychelles, Egito, Zimbábue ou Sérvia.

A da Sinovac, no Brasil, Indonésia e Turquia.

A empresa chinesa CanSino foi autorizada no México, mas ainda não é administrada.

A vacina americana da Johnson & Johnson é atualmente administrada apenas na África do Sul. É a única vacina de dose única no mundo, pois as outras requerem duas injeções.