Quatro perguntas sobre armas nucleares ante a perspectiva de que a Coreia do Norte realize seu sexto teste nuclear: o poder das bombas norte-coreanas é comparável à lançada em Hiroshima? O que significa miniaturização? Bomba H ou Bomba A? Quem possui armas nucleares?

– Poder ligeiramente inferior a Hiroshima –

A Coreia do Norte realizou, em 9 de setembro de 2016, seu quinto teste, lançando uma ogiva nuclear miniaturizada que poderia, de acordo com Pyongyang, carregar um míssil. Este foi o teste “mais poderoso” conduzido por Pyongyang, de acordo com autoridades sul-coreanas.

Com uma potência de 10 quilotons, equivalente a 10.000 toneladas de TNT, este teste nuclear é “um pouco menos poderoso do que o bombardeio de Hiroshima no Japão em agosto de 1945, que foi medida em 15 quilotons”, segundo um funcionário da agência meteorológica da Coreia do Sul.

O bombardeio de Hiroshima fez cerca de 140.000 mortos, metade instantaneamente.

A segunda bomba atômica lançada pelos Estados Unidos contra o Japão, em Nagasaki, três dias depois de Hiroshima, tinha uma potência de 17 quilotons e fez 70.000 mortos.

– A miniaturização, etapa essencial –

A técnica de miniaturização é um passo fundamental porque permite montar uma arma nuclear em ogivas de mísseis.

De acordo com a imprensa estatal norte-coreana, o 5ª teste permitiu Pyongyang atingir seu objetivo, ou seja, a capacidade de miniaturizar uma ogiva nuclear.

Em março de 2016, o líder norte-coreano Kim Jong-Un afirmou que o seu país tinha conseguido miniaturizar uma ogiva termonuclear que poderia equipar um míssil balístico, o que foi questionado por vários especialistas.

– Bomba H ou Bomba A –

Em 6 de janeiro de 2016, Pyongyang anunciou seu primeiro teste bem sucedido de bomba H afirmação questionado por especialistas que consideraram a energia liberada muito baixa.

A bomba H, “bomba de hidrogênio” ou “termonuclear”, baseia-se no princípio da fusão nuclear e libera uma energia superior às temperaturas e pressões no centro do sol.

Quando uma bomba de hidrogênio explode, explosões química, nuclear e termonuclear se sucedem em um período infinitesimal de tempo. Uma primeira bomba de fissão provoca um aumento acentuado da temperatura que inicia a fusão.

Em 1º de novembro de 1952, os Estados Unidos fizeram explodir secretamente este novo tipo de dispositivo nas Ilhas Marshall no Oceano Pacífico. Um ano depois, a União Soviética anunciou um disparo de tiro termonuclear. O poder da maior bomba de hidrogênio já explodida, o teste soviético “Tsar Bomba”, em 30 de outubro de 1961 sobre o Ártico foi de 57 megatons, um poder teoricamente quase 4.000 vezes maior do que a bomba de Hiroshima.

Nenhuma bomba H foi utilizada até agora sem ser em testes.

As bombas A, comumente chamadas de “bombas atômicas”, tais como as lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945, utilizam o princípio da fissão de núcleos átomos. Dois cursos foram desenvolvidos para a entrada, um de urânio enriquecido, o outro de plutônio.

– O clube nuclear –

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são considerados potências nucleares oficiais: os Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China. Todos têm a bomba H, segundo especialistas.

A Índia (1974) e o Paquistão (1998) se juntaram ao clube de potências nucleares, bem como Israel, que, no entanto, nunca admitiu o fato. Estes três países possuem apenas a bomba A, de acordo com os especialistas.

A Coreia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear em 2006. Depois, realizou testes em 2009, 2013 e dois em 2016.

Finalmente, o Irã concluiu com as grandes potências em julho de 2015 um acordo nuclear, garantindo o caráter civil do seu programa em troca do levantamento das sanções internacionais.