As janelas voltaram a fechar para as importações brasileiras de diesel, após a nova redução do preço do combustível pela Petrobras, que passa a valer a partir desta terça-feira, informou a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). No fechamento da segunda-feira, 31, o diesel registrava defasagem média de 6% em relação ao mercado internacional, segundo levantamento Abicom. O Brasil importa entre 20% e 30% do que consome de diesel, devido ao déficit do parque de refino.

A Petrobras reduziu nesta terça o preço do diesel em R$ 0,17 o litro nas suas refinarias, ou queda de 4,6%, ao contrário do que ocorreu na semana passada na Refinaria de Mataripe, na Bahia, que aumentou o combustível em R$ 0,04 o litro, acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional. Mesmo assim, a defasagem na refinaria privatizada em 2021 era de 6% no fechamento da segunda-feira, mesma média das refinarias da Petrobras.

Mataripe diz seguir a política de preço de paridade de importação (PPI), enquanto a Petrobras pratica uma estratégia comercial, implantada em maio de 2023, que leva em conta o maior preço que o cliente se dispõe a pagar e o menor preço que a estatal aceita receber.

Apesar de se manter em alta volatilidade, o preço do petróleo tipo Brent tem operado em torno dos US$ 74 o barril nos últimos dias, depois de ficar mais próximo a US$ 70 por semanas. Nesta terça, o Brent subia 0,15% por volta das 10 horas, cotado a US$ 74,82 o barril.

“O mercado internacional e o câmbio pressionam os preços domésticos. O PPI acumula redução de R$ 0,31/litro desde o último reajuste nos preços da Petrobras (09/07/2024)”, informou o relatório da Abicom. Em média, o preço interno da gasolina no Brasil está R$ 0,09 abaixo do mercado internacional.

Gasolina

Fora do foco de reajustes da Petrobras, a gasolina está com cinco dias de janelas fechadas para importação, segundo a Abicom. Em Mataripe, o preço do combustível também foi ligeiramente elevado na quarta-feira, em R$ 0,04 o litro, mas na Petrobras o preço é o mesmo há 265 dias. O País é praticamente autossuficiente em gasolina, importando menos de 5% do total consumido.

Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, por enquanto não está sendo cogitado reajuste na gasolina. Já o querosene de aviação (QAV) também foi reajustado para baixo, em 7,9%, “uma queda legal”, segundo Magda.