Os técnicos da Comissão de Valores Mobiliários devem ter ficado ressabiados. O volume de transações chegou a R$ 887 milhões, mais de três vezes a média dos 21 dias anteriores. Na manhã da quinta-feira 27, a agência Moody?s soltou uma boa nota de crédito para a empresa: A1 na escala global e Aaa.Br na escala nacional.

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Suas obrigações foram consideradas superiores à média, com risco de crédito baixo. Como pretende emitir dívida de US$ 620 milhões para investir no Grupo CME, de Chicago, a bolsa deve reduzir seus custos de captação depois desse rating. Os humores dos mercados internacionais são determinantes para o volume de negócios e, portanto, para suas receitas. ?É difícil imaginar uma carteira de um grande investidor institucional, focada em Brasil, que não tenha ações da BM&FBovespa?, diz Aloísio Villeth Lemos, analista da Ágora Corretora. O lendário gestor Mark Mobius, da Templeton Asset Management, disse na semana passada que aproveitou as baixas recentes para investir em ações do Brasil. Será que também avançou na BM&FBovespa?
 

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Destaque no pregão

CCR procura  novos caminhos

A CCR inaugurou, na semana passada, um trecho da linha amarela do metrô de São Paulo, a primeira em forma de parceria público privada. Esta é parte da estratégia de diversificação planejada pelo presidente Renato Alves Vale. As receitas ainda estão extremamente concentradas no transporte rodoviário, de onde provém 80% do faturamento. Para minimizar o risco, a CCR parte para atividades como o transporte sobre trilhos, a inspeção veicular e a gestão do pagamento de pedágio. Apesar das perspectivas de aumento de investimento em infraestrutura, a ação está em queda de 9% no ano.

Palavra de analista

Antonio Bezerra, analista da Lopes Filho, diz que a ação da  empresa está sofrendo por conta da preocupação dos investidores institucionais com os problemas na Europa. ?As perspectivas para a CCR são muito boas, mas a volatilidade internacional afeta o desempenho do papel?, diz Bezerra. O ponto positivo para o analista é o baixo endividamento da companhia, que deixa uma boa margem para financiar a participação em novos leilões de obras de infraestrutura.

Petróleo

O ouro negro da OGX

A OGX fez mais duas descobertas na bacia de Campos. Na semana passada, anunciou ter encontrado petróleo nos poços OGX-10 e OGX-13. Com 2,5% de peso no Ibovespa, a ação da companhia acaba de entrar na lista das dez maiores participações no índice (veja tabela abaixo). A OGX pretende vender parte de suas operações a um parceiro minoritário, a exemplo de outras empresas do grupo EBX, diz o analista Rogerio Zarpao, do Banco Safra.  Em relatório, ele calcula um preço-alvo de R$ 23 por ação no final do ano, com potencial de valorização de 42%.

 

Educação financeira

Qual a diferença entre os analistas sell side e os buy side? Os primeiros trabalham em bancos e corretoras e avaliam empresas para recomendar a compra ou a venda de ações para seus clientes. O interesse da instituição, aqui, é gerar negócios e taxas de corretagem e intermediação. Já os analistas buy side fazem avaliações internas para as gestoras, recomendando a compra ou a venda de papéis para as carteiras de ações.

Touro x urso

O Ibovespa tomou um pouco de fôlego e acumulou alta de 6,7% na semana passada até a quinta-feira 27. O alívio veio da China. O governo chinês afirmou que não pretende se desfazer dos E 650 bilhões que tem aplicados em bônus europeus, fato que era temido pelo mercado. O fluxo de notícias pode até ter melhorado, mas o momento ainda é de instabilidade. No mês, até o dia 27 de maio, o Ibovespa acumula perdas de 8,05% e, no ano, de 9,47%. Nos Estados Unidos, indicadores de produtividade (em 3 de junho) e dados de emprego (4) são os dados mais importantes desta semana. Já na Europa, também saem números referentes à situação do emprego na Alemanha e na Zona do Euro (1º), além de indicadores de inflação na região (2).

Quem vem lá

BB quer R$ 10 bi

A tensão dos mercados financeiros mundiais não ofusca os planos do Banco do Brasil. A instituição comandada por Aldemir Bendine (foto) decidiu dar prosseguimento ao seu processo de captação de recursos. No começo da semana passada, o BB publicou toda a programação da sua oferta pública primária e secundária de ações, com a qual pretende captar até R$ 10,1 bilhões. Os recursos serão usados para aumentar a oferta de crédito do banco. O período de reservas será de dez dias para pequenos investidores e para quem já é acionista, com início na sexta-feira 18. Mas, atenção: o preço do lançamento será decidido após o período de reservas. Os novos papéis começam a ser negociados na BM&FBovespa no dia 1º de julho.

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Fique de olho: A Hypermarcas lançará seus American Depositary Receipts nas próximas semanas. Não haverá emissão de novas ações.

 

Vedetes da semana

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Micos da semana

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As 10 mais do Ibovespa

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

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Termômetro do mercado

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Bolsa no mundo

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Personagem

A recuperação da Tim

O momento é de novas especulações a respeito do futuro da Telecom Italia, dona da TIM Brasil. A operadora italiana mantém a posição de que as atividades no País são muito importantes para o grupo. Para isso, em 2010, serão destinados R$ 2,5 bilhões, na expansão da cobertura. O diretor de relações com investidores, Rogério Tostes, falou sobre a integração com a Intelig e o plano de recuperação da companhia para a DINHEIRO.

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 DINHEIRO ? Como o sr. avalia o primeiro ano da nova gestão da TIM?
ROGÉRIO TOSTES  ?
O resultado do primeiro trimestre encerrou o período de 12 meses com a nova gestão. E mostra uma dinâmica positiva tanto na ótica operacional quanto na financeira. Estamos no meio do caminho para a consolidação do plano de recuperação.

DINHEIRO ? Os planos iniciais eram de retomada de crescimento de dois dígitos da receita. Por que isso não ocorreu?
TOSTES ?
Se olharmos com cuidado as receitas, veremos que elas já crescem a dois dígitos no celular pré-pago. O pós-pago ainda não tem essa dinâmica tão forte. Quando combinamos os dois, o crescimento da receita foi de 9,1% no primeiro trimestre.

DINHEIRO ? O que fazer para impulsionar o uso pelos clientes?
TOSTES ?
Há um potencial interesse para a receita de dados crescer. Mas é preciso ter uma infraestrutura própria para não gerar custo associado ao crescimento na receita. A estratégia foi pisar no freio na parte de dados e não sofrer na parte de custo. Por isso compramos a Intelig.

DINHEIRO ? Como está a integração com a Intelig?
TOSTES ?
A Intelig saiu da velocidade zero e começa a andar. Triplicamos o número de antenas de 3G (terceira geração), saindo de 55 cidades no final de 2009 para 131 no primeiro trimestre de 2010. Este ritmo mostra a cobertura de uma nova cidade por dia e uma antena por hora. 
 
DINHEIRO ? Em que serão utilizados os investimentos de R$ 2,5 bilhões destinados a 2010?
TOSTES ?
Até 75% dos investimentos serão destinados a fortalecer a rede de voz. O Brasil ainda tem um perfil de uso muito baixo de, em média, 80 minutos por usuário/mês, contra 140 na Argentina e 190 no México. A outra parte vai para o 3G. Se a gente não tivesse a Intelig, esses R$ 2,5 bilhões não dariam. A Intelig nos ajuda a evitar a construção de linhas de fibra óptica nas cidades.

DINHEIRO ? A companhia já recuperou os clientes pós-pagos perdidos no ano passado?
TOSTES ?
Perdemos um milhão de clientes pós-pagos no início de 2009 e, com isso, receitas de quase R$ 1 bilhão. Considerando que a receita cresceu 0,3% em 2009, já é uma vitória. No meio do ano passado, estancamos a perda. Houve recorde de adições brutas no primeiro trimestre.

 

Pelo mundo

Duelo de bancos

O banco Lehman Brothers apresentou ação na quarta-feira 26 na Corte de Falências de Manhattan contra o JP Morgan, que atuava como seu agente de compensação. O banco presidido por Jamie Dimon é acusado de ter usado seu ?acesso sem paralelo? aos detalhes dos problemas do Lehman para cobrar US$ 8,6 bilhões em garantias nos dias anteriores ao colapso, em setembro de 2008. Na quarta-feira, as ações do JP recuaram 0,41% em Nova York.

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Pepsi investe na China

A PepsiCo anunciou que investirá US$ 2,5 bilhões na China nos próximos três anos. A companhia pretende construir quatro fábricas de engarrafamento nos próximos dois anos e se tornar uma das maiores plantadoras de batata na China até 2013, onde hoje possui 25 plantas e cinco centrais de produção do alimento.   

IBM vai às compras

A IBM anunciou sua maior aquisição desde 2007 e retornou ao mercado corporativo. O presidente Samuel Palmisano comprou a Sterling Commerce da AT&T, por US$ 1,4 bilhão. A AT&T havia comprado a empresa por US$ 3,9 bilhões na bolha das empresas pontocom. Na segunda-feira, as ações da IBM recuaram 0,77% na Nyse.

 

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