Uma das críticas mais recorrentes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus simpatizantes era contra a Lei Rouanet, acusada por eles de enriquecer artistas alinhados com a ideologia de esquerda nos governos petistas. 

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Depois de três anos de governo, o responsável pelas leis de incentivos culturais no País se chama Andre Porciuncula. Ele é capitão da PM e cristão fervoroso.

O Secretário Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura se orgulha de ter “secado” a fonte do principal mecanismo de incentivo cultural do país. Ele mesmo postou uma foto em seu Twitter em que segura uma torneira que só sai um pingo de água em que se lê “Rouanet”. 

Apesar do discurso, informações do próprio governo indicam que o valor total captado com a lei em 2020 foi de R$ 1,4 bilhão, praticamente o mesmo do ano anterior. 

Nas redes, o discurso de Porciuncula é idêntico ao de qualquer outro apoiador do presidente. O capitão acusou o ator e diretor Wagner Moura de fazer “um filme glorificando um criminoso terrorista”, se referindo a Carlos Marighella. Ele costuma intercalar os ataques à esquerda com trechos da bíblia. 

Em entrevista recente à TV Brasil, o secretário respondeu uma carta da Associação de Produtores Teatrais do Rio (ATPR) que criticava o trabalho da pasta e confirmou que tanto o Secretário Especial de Cultura Mario Frias quanto ele fazem “dirigismo cultural”.

“Quando acusam a mim e ao secretário especial de fazer isso chega até a ser engraçado, estão lhe acusando de ser governo. É exatamente isso que estamos fazendo”, disse.