Um dos nomes mais prestigiados do criptomercado deixou o status aclamado para ser considerado um fugitivo em 195 países. A vida de Do Kwon mudou drasticamente nos últimos meses, desde que as criptomoedas desenvolvidas por ele quebraram.

Acusado de fraude na Coreia do Sul, Do Kwon teve um mandado de prisão emitido em seu nome nas últimas semanas. Desaparecido desde então, a Interpol precisou emitir uma notificação vermelha porque ele se recusa a cooperar com a investigação a respeito do colapso de sua empresa.

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Ao falir em maio deste ano, sua holding, a Terraform Labs, detentora das criptomoedas Luna e TerraUSD, gerou perdas de US$ 40 bilhões (o equivalente a R$ 207 bilhões, na conversão atual), abalando todo o mercado.

De gênio a procurado

O sul-coreano de 31 anos se formou pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, em 2015. Como engenheiro de software, ele ocupou cargos em grandes empresas, como Microsoft e Apple.

Apesar dos nomes de peso no currículo, sua carreira teve destaque em 2018, quando fundou a Terraform Labs. Uma startup que levantou mais de US$ 382 milhões (mais de R$ 2 bilhões) de fundos de investimentos.

Os recursos foram usados para desenvolver as criptomoedas TerraUSD e Luna, que fizeram bastante sucesso na época, gerando, inclusive, um grupo de fãs: os “Lunatics”.

O sucesso das criptomoedas fizeram com que Do Kwon ficasse conhecido pelo perfil confiante e de língua afiada, ganhando respeito no mercado de criptomoedas. Publicações na revista Fortune e no jornal The News York Times chamam o coreano de “excêntrico” e “falastrão”.

A sorte do engenheiro começou a mudar quando, em maio de 2022, a Luna teve queda de 99% em 72 horas, zerando os investimentos de milhares de pessoas. 

Atualmente ele é acusado de fraude pelos investidores, que alegaram que as moedas continham algoritmos defeituosos. Kwon é procurado por autoridades internacionais, que já emitiram o pedido para que seu passaporte seja cancelado. 

Em suas redes sociais, ele chegou a dizer, na semana passada, que não está em fuga e que irá contribuir com as investigações. “Mantivemos um nível extremamente alto de integridade e esperamos esclarecer a verdade nos próximos meses”, escreveu nas redes sociais.