O humorista e motorista de aplicativo Marcelo Alves, de 41 anos, confessou na manhã desta segunda-feira, 9, ter matado uma jovem de 23 anos que ele conhecia desde a infância e a quem se declarou, mas não foi correspondido, segundo a Polícia Civil do Paraná.

O crime ocorreu na casa dele, em Curitiba. Depois ele escondeu o corpo dela em uma mata em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, onde à tarde a polícia encontrou o cadáver.

A vítima é Raíssa Suellen Ferreira da Silva, que morava em Curitiba havia três anos, mas é da cidade baiana de Paulo Afonso. Ela estava desaparecida desde o dia 2 de junho.

A reportagem tentou contato com a defesa de Alves, mas não havia conseguido até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

À imprensa, o advogado Caio Percival afirmou que se trata de um crime passional. “Marcelo é réu primário, tem bons antecedentes, nunca pisou numa delegacia de polícia e infelizmente foi arrastado pelas barras da paixão a essa situação que foge, evidentemente, do normal. Nós temos uma causa de diminuição de pena que é a própria confissão e uma segunda causa de diminuição de pena que é o domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima, já que, em dado momento, houve uma discussão entre eles”, disse o defensor à emissora RPC, afiliada da TV Globo em Curitiba.

Alves nasceu em Petrolândia, cidade pernambucana a 63 quilômetros de Paulo Afonso, mas durante a infância morou na cidade baiana. Nessa época ele conheceu Raíssa e se tornou amigo dela.

“Eles tinham um relacionamento desde a infância. Ele (Alves) treinou a Raíssa no kung fu, num projeto social que ele tinha na Bahia. Ele conhecia tanto a Raíssa, desde pequena, quanto toda a família dela”, contou à imprensa a delegada Aline Manzatto, responsável pelo caso.

Alves se mudou para Curitiba e convidou Raíssa para se transferir também. “Quando ele veio para cá (Curitiba), ele acabou convidando a Raíssa também para uma oportunidade de emprego em Curitiba, e então ele acabou tendo essa situação de se apaixonar por ela”, afirmou a delegada.

Em 2020 Raíssa foi eleita Miss Teen do município de Serra Branca. Dois anos depois, mudou-se para Curitiba e manteve contato com Alves.

Segundo a polícia, recentemente ele disse a Raíssa que conseguira um emprego para ela em Sorocaba. Ela se programou para viajar e avisou a família que iria se mudar para o interior paulista. No dia da viagem, no entanto, Alves teria confessado a Marcela que o emprego não existia. Disse também que era apaixonado por ela, mas ela reagiu indignada e a teria xingado.

“Isso (a reação negativa dela) despertou a ira dele”, contou a delegada. “Ele disse que ficou com ódio e descontrolado, pegou um fio de plástico e estrangulou a vítima, deixando ela num cômodo da casa e indo para outro. Dez minutos depois ele retorna (para o cômodo) e a Raíssa já está em óbito”, disse a delegada.

Alves então ligou para o filho, que estava trabalhando como motorista de aplicativo, e contou o que tinha acontecido. O filho recomendou que o pai se entregasse à polícia, mas acabou ajudando Alves a transportar o corpo, no porta-malas de um carro emprestado por um amigo, até um matagal na região metropolitana de Curitiba, onde Raíssa foi enterrada, enrolada em uma lona, segundo a polícia.