06/10/2015 - 18:51
Ketter era o todo-poderosa da nova fábrica de Goiana, em Pernambuco
O executivo Stefan Ketter assumirá, a partir de 1º de novembro, o cargo de presidente para América Latina da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), de acordo com nota divulgada pela empresa.
Ele substituirá Cledorvino Belini, que estava no posto desde 2004. Mesmo assumindo o novo cargo, a Fiat informou que Ketter, que comandou a construção da fábrica do grupo em Pernambuco, manterá suas funções atuais como vice-presidente Mundial de Manufatura e como membro do Conselho Executivo do Grupo (GEC).
Na nota divulgada na terça-feira (6), a Fiat informou também que Belini se tornará presidente de Desenvolvimento para América Latina do grupo, com a responsabilidade de representar a FCA em todas as relações institucionais, além de desenvolver e manter o relacionamento do grupo com instituições governamentais e financeiras na América Latina. No novo cargo, Belini deverá se reportar diretamente ao CEO mundial da FCA.
Quem é Stefan Ketter?
Ketter iniciou sua carreira na indústria automotiva na década de 1980, na BMW. Em 1996, transferiu-se para a Audi e, no ano seguinte, alcançou o cargo de diretor de Qualidade para a América do Sul do Grupo Volkswagen, empresa na qual também atuou nas áreas de Qualidade e de Serviços nos Estados Unidos.
Sua trajetória na Fiat teve início em 2004. Em 2008, se tornou vice-presidente mundial de Manufatura e membro do Group Executive Council (GEC), a máxima instância executiva global do Grupo Fiat Chrysler.
Em junho de 2013, devido à importância estratégica para a Fiat Chrysler do Polo Automotivo de Pernambuco, Stefan Ketter passou a comandar o projeto, acumulando o cargo de vice-presidente mundial de Manufatura e de membro do GEC. É considerado um homem de confiança do CEO mundial da FCA, CEO mundial do grupo, Sergio Marchionne.
A saída de Belini, há muito comentada nos bastidores da empresa, ocorre em um momento de crise na indústria automotiva, embora de liderança da Fiat no mercado brasileiro. A fábrica da Jeep em Goiana, considerada um projeto pessoal de Belini, está em pleno vapor e o seu produto carro chefe, o Jeep Renegade, é um sucesso de vendas.
Belini iniciou sua trajetória profissional nas indústrias Matarazzo, mas alçou vôo nas empresas do grupo Fiat, com início na Magnetti Marelli. Mais tarde mudou-se para a Fiat, onde galgou vários degraus até a presidência.
Apontado como ministeriável em várias ocasiões do Governo Dilma, é muito bem recebido no Planalto e tido como uma importante voz na Presidência.
Belini está há mais de 35 anos na Fiat. Ele chegou ao grupo italiano em 1973, antes mesmo da construção da Fiat Automóveis, que começaria a produzir em 1976. Na época, ele trabalhava na Fiat Tratores, a divisão de máquinas agrícolas que, depois de se expandir através de incorporações, tornou-se a atual Case New Holland (CNH).