As salas de aula vazias nos últimos meses pode passar a ideia de que o segundo maior grupo de educação do País, a Yduqs, está com pouco trabalho. É o oposto disso. Desde o ano passado, a companhia convive com um intenso ritmo de novas notícias, com mais motivos para comemorar do que para se preocupar. Em 2019, sua base de alunos cresceu 10% e superou a marca de 570 mil matriculados. Em 2020, a companhia contabilizou mais um aumento de quase 10% no volume de calouros, tanto nos cursos presenciais quanto na educação a distância (EAD). “Tomamos decisões determinantes para que nossos resultados permanecessem positivos”, disse Adriano Pistore, vice-presidente da Yduqs. “Como em 15 dias tivemos de fechar 110 campi em todo o Brasil, buscamos formas de manter as aulas e de preservar a interação dos professores com os alunos de forma remota”, afirmou o executivo, referindo-se à pandemia.

Em parceria com a americana Microsoft, dona da plataforma de reuniões Teams, a Yduqs conseguiu implementar aulas a distância para cerca de 300 mil alunos em apenas uma semana. Isso exigiu mobilizar todo o time de docentes e desenvolvedores de tecnologia, capacitar mais de 8 mil professores para o ensino não presencial e distribuir equipamentos apropriados a todos eles. Nada disso seria possível sem acesso à internet de qualidade. Para isso, o grupo precisou fazer acordos com as operadoras de telefonia do País para garantir a conexão. “Já tínhamos a expectativa de que 2020 seria muito forte para o EAD, mas a pandemia acelerou todas essas previsões”, disse Pistore.

Segundo ele, a Yduqs não sentiu impacto relevante em suas operações no primeiro semestre. Até mesmo o efeito temporário no resultado é visto como algo positivo. “Tivemos de abrir mão de uma parcela da receita para garantir a permanência dos alunos que tiveram a renda afetada pela pandemia, e decidimos distribuir bolsas integrais para 31 mil alunos”, afirmou o executivo. O resultado foi afetado por concessão de descontos de R$ 67,5 milhões referentes ao programa de bolsas Estácio com Você – da Universidade Estácio de Sá – e redução na receita do segmento presencial, impactado pela redução de 53% nas receitas provenientes do Fies.

Adriano Pistore Empresa: Yduqs Cargo: vice-presidente Principal realização da gestão: Dar suporte técnico e de infraestrutura a 350 mil alunos e mais de 8 mil professores para o ensino a distância (EAD).

Por essa razão, a Yduqs registrou prejuízo de R$ 79,5 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 194,7 milhões no mesmo período de 2019. No ano passado, o resultado financeiro do grupo foi o maior entre as empresas de educação do País, o que garantiu o primeiro lugar no anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2020. Este ano, a receita da companhia cresceu 3,5% de abril a junho, para R$ 991,1 milhões, na comparação anual. “Para nós, mais importante do que um impacto temporário nos números é a permanência dos nossos alunos pelos próximos anos”, disse Pistore. Nesse contexto de mudanças, a Yduqs quer sair às compras. Após o anúncio de que o concorrente Ser Educacional fechou acordo de intenção de negócio com a Laureate Brasil, a Yduqs entrou na disputa. Se a ofensiva der certo, o grupo vai incorporar 50 campi universitários e cerca de 267 mil estudantes da Laureate.

Sobre a pandemia, a Yduqs acredita estar aprendendo a trabalhar unindo o presencial ao virtual. Segundo Pistore, 100% das salas terão wi-fi de alta qualidade para que as aulas sejam interativas. “Constatamos que 94% dos alunos aprovaram nossa reação ao isolamento e nossas novas tecnologias de ensino remoto”, afirmou. Afinal, quem ensina também aprende. Com ou sem crise.

As melhores

1. YDUQS/ESTÁCIO 195,00 PONTOS

2. COGNA EDUCAÇÃO 172,00 PONTOS

3. ÂNIMA EDUCAÇÃO 117,00 PONTOS

Este ranking considera apenas a sustentabilidade financeira