24/06/2025 - 8:01
João Batista, o São João que é celebrado em 24 de junho, tem uma particularidade: não há nenhum registro de milagres praticados por ele. A importância desse primo de Jesus Cristo para o cristianismo se deve a dois aspectos. Ele foi a primeira pessoa a anunciar ao povo judeu a chegada de Cristo e, por isso, ficou conhecido como predecessor do Messias. “Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”, como registra o Evangelho de Lucas.
A segunda razão que tornou João Batista famoso foi a disseminação do batismo, realizado por ele com a imersão no rio Jordão. Em suas pregações às margens do rio, ele afirmava que todos podem se arrepender da vida pecaminosa praticada até então e, fazendo isso de forma sincera, podem começar uma nova etapa da vida, respeitando as regras religiosas.
“João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados” (Mc 1, 4). Ele exigia o arrependimento e uma mudança completa de mentalidade e de alma. O batismo nas águas do rio Jordão era um símbolo histórico, e até Jesus Cristo pediu a João Batista para ser batizado por ele – João se surpreendeu, mas, diante da insistência, atendeu Jesus.
Jesus Cristo enalteceu a figura de João Batista ao longo de toda a vida: “Entre os nascidos de mulher não há maior que João” (Lc 7, 28). Jesus ainda estava vivo quando João Batista foi morto, por ordem do rei Herodes Antifas.
Festas Joaninas
Embora as festas juninas celebrem três santos (Antônio, João e Pedro), a figura central dessa comemoração é São João – tanto que antigamente as festas de junho eram chamadas Joaninas, em referência a João Batista, que nasceu em 24 de junho do ano 1 a.C., seis meses antes de seu primo Jesus Cristo.
As festas juninas já eram muito populares em Portugal quando o Brasil foi descoberto, e essa tradição foi trazida para cá, mas a celebração surgiu séculos antes – antes mesmo de João Batista nascer.
Na antiguidade, essas comemorações eram realizadas no hemisfério norte por conta da chegada do verão, que proporcionava mais produtividade no campo do que o inverno. As populações, predominantemente rurais, festejavam dias de fartura com uma festa onde não faltava comida.
Conforme se tornou hegemônico pelo mundo, o cristianismo acolheu os festejos que já eram comuns, como a festa da chegada do verão, e relacionou cada um com uma data católica – em junho, São João foi o primeiro a ser celebrado, e depois vieram Santo Antônio e São Pedro.
No Brasil, país situado no hemisfério sul, o dia de São João corresponde ao início do inverno, então a festa não tem relação com o campo, mas serve para sinalizar que chegamos à metade do ano vigente. Por aqui, a tradição de comida farta permaneceu, especialmente com quitutes ligados ao milho, como pamonha, curau e milho verde, e ao amendoim, como paçoca e pé-de-moleque.
Outra característica das festas juninas que tem relação com João Batista é a fogueira, porque foi acendendo uma delas que Isabel avisou sua prima Maria (que meses mais tarde se tornaria mãe de Jesus) quando se descobriu grávida dele.