17/01/2014 - 1:18
A primeira quinzena de 2014 mostrou uma bolsa de valores muito dependente de boa notícias. Até a quinta-feira 16, o Índice Bovespa amargou uma queda de 3,5%, permanecendo consistentemente abaixo do nível ?psicológico? de 50 mil pontos. No entanto, um pequeno grupo de ações subiu bastante, seus preços movidos por notícias.
Uma pesquisa que incluiu apenas os papéis do índice mostrou que as duas maiores altas, Oi e Marfrig, foram provocadas por notícias positivas referentes às companhias. No caso da Oi, cujos papéis PN subiram 20,6% a aprovação, pelo Cade, da sua fusão com a Portugal Telecom, anunciada na segunda-feira 13 de janeiro.
Segundo Pedro Galdi, analista da SLW Corretora, essa aprovação deverá fazer a empresa telefônica avançar em seu processo de reestruturação na bolsa, melhorando a liquidez e a governança, emitindo mais ações e, eventualmente, buscando o Novo Mercado.
No caso da Marfrig, cujas ações ON subiram 12,5%, a alta veio de uma generosa ajuda do BNDES, que alterou o cronograma de pagamentos do frigorífico referentes a uma série de debêntures que o banco possui. Com a mudança, a Marfrig terá um fluxo de caixa de até R$ 100 milhões positivo em 2014. Sem essa mãozinha do BNDES, o fluxo de caixa do frigorífico seria negativo em até R$ 150 milhões.
Na parte da queda, um dos piores desempenhos foi das ações ON da Sabesp, que recuaram 11,2%. O que desanimou os investidores com relação à empresa de água e saneamento básico de São Paulo foi a decisão da Arsesp, agência reguladora do governo paulista, de autorizar um reajuste de apenas 2,35% nas tarifas da companhia. A Sabesp pleiteava um aumento de 13,1%. Pior do que isso, na sexta-feira 10, a Arsesp adiou sua decisão sobre o assunto, o que arrastou ainda mais o processo.
Segundo Karina Freitas, da corretora Concórdia, a decisão ?poderá comprometer a capacidade de investimento da Sabesp e também a intenção do governo de universalizar o acesso à água e ao saneamento básico no estado de São Paulo.?