06/02/2013 - 21:00
Copa do Mundo
Se é verdade que cão que ladra não morde, as ameaças do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, já não assustam ninguém. Pela oitava vez, em menos de um ano, o executivo, que chegou a dizer ser preciso dar um pontapé no fundilho dos brasileiros para as coisas andarem, voltou a afirmar, a 500 dias do início da Copa do Mundo, que não irá tolerar novos atrasos nas obras. O ultimato, feito na segunda-feira 28, não vale apenas para os estádios, mas também inclui os projetos complementares de telecomunicações, acessos e estacionamentos. Tudo deveria ter sido entregue em dezembro de 2012.
Mineração
O lucro entrou pelo cano
A construção do maior mineroduto do País, da britânica Anglo American, não está saindo como o planejado. A companhia registrou uma baixa contábil de US$ 4 bilhões em seu balanço de 2012 em razão das dificuldades de construção do projeto Minas-Rio. A obra, orçada em US$ 2,35 bilhões, inicialmente, já está em US$ 8 bilhões. Apesar do gasto extra, a empresa espera inicar as operações até o fim de 2014.
Liderança
Aviação
Air France agora é pop
“A diversificação é o segredo do negócio.” Foi com essa declaração que o presidente da companhia aérea franco-holandesa Air France-KLM, Lionel Guérin, anunciou a criação de uma nova empresa, a Hop!. A ideia é mergulhar no mercado de tarifas low cost em rotas regionais na Europa, segmento dominado pela irlandesa Ryan Air e pela britânica Easy Jet. A Hop! iniciará suas operações em março deste ano, com 530 voos diários para 136 cidades europeias. A passagens custarão a partir de € 55. A criação da nova empresa causará o encolhimento da Air France-KLM. São esperadas 190 demissões e a devolução de 20 aeronaves de sua frota, até 2015.
Trabalho
Guerra contra a escravidão
A decisão é digna da princesa Isabel, que aboliu a escravidão no Brasil em 1888. Na segunda-feira 28, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou a lei que cassa, por dez anos, empresas que forem condenadas por utilizar ou manter negócios com quem explora mão de obra escrava. Os empresários flagrados perderão o cadastro de ICMS. Recentemente, empresas como a rede de vestuário espanhola Zara e a construtora mineira MRV foram acusadas de contratar serviços de empresas que exploram trabalhadores.
Números
R$ 105 bilhões - foi o superávit primário do País, a economia feita por governo federal, Estados e municípios para o pagamento de juros da dívida em 2012. O resultado ficou 25% abaixo da meta.
1 bilhão – foi o número de turistas que circularam no planeta, em 2012, uma alta de 4% na comparação com 2011, segundo a Organização Mundial do Turismo. Pela primeira vez na história, a marca de um bilhão de pessoas foi atingida.
US$ 4 bilhões – é quanto a diretoria-executiva da Vale vai propor ao Conselho de Administração como remuneração mínima aos acionistas para 2013. O valor proposto é 33% inferior à cifra de remuneração anunciada no ano passado, de US$ 6 bilhões.
R$ 5,47 bilhões - é quanto as controladas da Eletrobras já receberam, à vista, como indenização pela renovação antecipada de concessões de geração e transmissão de energia elétrica, na medida do governo que visa baixar a conta de luz.
R$ 10,5 bilhões – foi a arrecadação da Caixa em apostas de loteria, em 2012, um crescimento de 7,7% em relação ao verificado em 2011. Apenas R$ 3,5 bilhões foram distribuídos em prêmios.
Impostos
Curtas
A Philips registrou um prejuízo de € 355 milhões no ano passado, mais do que o dobro do registrado em 2011. O resultado é atribuído, oficialmente, à reestruturação da companhia, que se desfez de suas linhas de eletrônicos para focar em saúde, mais rentável.
A Nissan, montadora japonesa controlada pelo grupo francês Renault, encerrou 2012 com crescimento de 5,5% no número de carros produzidos na comparação com 2011. O total de 4,89 milhões de unidades fabricadas em 12 meses é o maior da história da marca.
O Yahoo! superou as expectativas ao quase quadruplicar seu lucro líquido em 2012. O lucro líquido anual alcançou US$ 3,9 bilhões, contra US$ 1 bilhão em 2011. No entanto, no quarto trimestre houve recuo de 8%, para US$ 272 milhões.
Auditoria
Há algo estranho na OMC
A Organização Mundial do Comércio (OMC), entidade que deveria promover o equilíbrio do comércio e dar transparência à relação entre os países, parece não estar fazendo a lição de casa. Uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, na terça-feira 29, revelou que uma auditoria encontrou supostas irregularidades nas contas internas da OMC. Há corridas de táxi de US$ 600, conta de celular de US$ 20 mil e US$ 1,5 milhão em xerox. O diretor-geral, Pascal Lamy, ordenou varredura nas contas.
Entrevista
“Comparar Índia com China é um erro”
Uma delegação de 60 empresários brasileiros visitará a Índia daqui a dois meses para buscar oportunidades de bons negócios. O grupo, liderado pela Câmara de Comércio Índia-Brasil, tentará assinar contratos em setores- chaves, como o de mineração, o farmacêutico e o de TI. Para Leonardo Ananda, presidente da Câmara, será uma chance para desmistificar o comércio entre os dois países.
Por que a troca comercial entre o Brasil e a Índia, de US$ 6 bilhões, no ano passado, é tão tímida?
A Índia abriu sua economia apenas nos anos de 1990. O Brasil intensificou o comércio com outros emergentes a partir de 2004. Ou seja, os dois demoraram muito para enxergar um ao outro.
O que falta para aprimorar essa relação?
Há muitas oportunidades para o Brasil na Índia, principalmente em mineração, siderurgia, alimentos, TI e farmacêutico. Muitas empresas brasileiras estão lá. Há uma fábrica, a Havaianas, por exemplo. Uma parceria da Tata com a Marcopolo criou a maior fabricante de ônibus do mundo. A Gerdau, a Vale e a Andrade Gutierrez também estão lá. Há muito a ser explorado ainda.
Fazer negócios com a Índia é o mesmo que com a China?
Comparar a Índia com a China é um erro muito comum. Há muitas diferenças entre os dois. Os indianos sempre buscam parcerias sólidas e de longo prazo. Nada é para amanhã.
Resumo da semana