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FÉRIAS EM ORLANDO: com quatro quartos, piscina e spa, esta casa está disponível para troca FÉRIAS EM ORLANDO: com quatro quartos, piscina e spa, esta

Na teoria, parece loucura. Deixar sua casa para um grupo de estranhos estrangeiros, enquanto você, nesse mesmo período, viaja para a casa deles. Mas é esse tipo de viagem que muitos turistas fazem ao redor do mundo, desde 1953, quando a primeira empresa de troca de casas foi criada, a sueca Intervac. E, para a maioria deles, compensa. Seja para economizar a estadia, seja para conhecer lugares inusitados ou simplesmente encarar as férias a partir de uma nova perspectiva. O fato é que, com essa forma de turismo, alguns economizam até 45% de seu orçamento de viagem e vivem experiências que não estão à venda em pacotes. E você? Toparia deixar seu carro, cachorro e funcionários com outra família, e buscar um novo estilo de férias?

A troca de casas é um sistema simples. As empresas de intermediação mantêm sites que hospedam anúncios de casas em todo o mundo, mediante o pagamento de uma taxa anual. ?A página somente propicia contato entre os dois proprietários?, explica Ademar Couto, empresário que trouxe o site Home Exchange para o Brasil, o portal mais popular de troca de casas no mundo. Chamado aqui de Troca Casa, a anuidade custa R$ 190. São mais de 20 mil casas cadastradas no mundo, e 200 só no Brasil.

s?Há sete anos me cadastrei no site americano e desde então nunca mais entrei em um hotel?, conta o empresário. Ele fez sua última viagem há poucas semanas, com a família, para Aspen, no Colorado. Ficou em um chalé de cinco quartos e utilizou o carro dos proprietários. ?Se fosse alugar o mesmo local, eu pagaria mais deUS$ 100 por dia?, calcula.

Mas esse sistema tem suas minúcias. Não dá para trocar um apartamento de um quarto por uma casa de praia no Caribe. ?É necessário interesse mútuo pelos imóveis?, explica Couto. Quando o usuário escolhe o destino, deve convencer o proprietário de que sua residência também é um bom negócio. O contato é via e-mail e deve ser feito seis meses antes da viagem. Mas como saber se a casa mostrada realmente existe e que os propietários são confiáveis?

O engenheiro Gerson Sampaio, que troca sua casa de praia em Jacuípe, na Bahia, só viaja para locais indicados por conhecidos. ?A indicação evita problemas. Mas é necessário também confiar?, conta ele, que já viajou para 13 locais diferentes e vê na economia o principal benefício. Sampaio calcula que é possível poupar até 45% do orçamento das férias. ?Faço uma planilha dos gastos da viagem e do que gastaria se me hospedasse em um hotel?, conta. As maiores despesas são com estadia e alimentação, que representam, respectivamente, 35% e 15% dos custos. ?Se o carro estiver incluso na troca, economiza-se com transporte?, explica. Basta comparar. Uma casa de alto padrão na Flórida sai de graça, se houver interesse em trocar. Já o aluguel na alta temporada é US$ 2.260 por semana.

Mas, apesar das vantagens, não é só a economia com hospedagem que garante uma viagem barata. Gastos em moeda estrangeira podem enganar o turista que não tem organização financeira. Nem todos precisam fazer planilhas, mas programar o orçamento é essencial. ?É preciso estabelecer os objetivos da viagem e ter um teto de gastos. Não adianta economizar na estadia e gastar demais com outros passeios?, pondera o consultor financeiro Conrado Navarro. De resto, é só arrumar as malas e trocar. Só não vale passar o tempo todo dentro de casa!