O termo “quiet quitting” ganhou as redes sociais nas últimas semanas. A expressão significa o comportamento de trabalhadores que entregam o mínimo exigido de suas tarefas, sem interesse em apresentar mais do que lhes é esperado. Para os empregadores, essa prática é considerada uma “demissão silenciosa”, uma forma de o colaborador expressar que não tem interesse em continuar trabalhando na vaga ou empresa.

Os especialistas defendem que essa postura é apenas uma forma de evitar desgastes por uma dedicação excessiva que, muitas vezes, não é vantajosa pelas condições de trabalho e salário. O professor e especialista em negócios e tomada de decisão Uranio Bonoldi afirma que o hábito de trabalhar sem estímulos para entregar mais do que o necessário é um problema que deve ser enfrentado.

“Agir dessa maneira pode acabar impedindo a evolução profissional. O aprendizado e desenvolvimento dependem da disposição para se arriscar em coisas novas, mesmo que isso não seja diretamente pedido a você. A falta de estímulo tende a estagnar o trabalhador, sem que ele cresça e alcance novos objetivos”, afirma Bonoldi.

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Segundo o professor, é preciso uma análise profunda das causas do desinteresse. “É importante que se comece por um processo de autoconhecimento. Será que estou numa área que me faz feliz? Estou numa empresa alinhada com meus valores? Estou de fato no caminho profissional que gostaria?”, aponta. “Se a resposta para essas perguntas for ‘não’, então é melhor planejar a busca por algo que faça mais sentido para suas escolhas pessoais. O que não pode ser feito é seguir por tempo indeterminado nesse estado de estagnação, sendo um profissional que não almeja melhorias”, completa.

Por outro lado, o empregador deve pensar no que pode ser feito para evitar que os colaboradores cheguem a esse ponto. “Muitas vezes o gestor nem sabe ao certo quais são os limites das atribuições dos colaboradores, e, portanto, não tem bem determinado o que é e o que não é esperado dos membros de sua equipe”, disse o professor.

Bonoldi aponta que a solução é conhecer melhor as pessoas com quem se trabalha e buscar oferecer a elas as condições necessárias para que executem suas funções com mais empenho. “Certamente, não é correto exigir que os colaboradores se desgastem pelo trabalho, mas é importante proporcionar a eles razões para acreditar que o alto desempenho é uma vantagem, e não uma perda de tempo”, afirma o especialista.