08/09/2018 - 9:41
Uma casa de dois andares, com grades de ferro, no centro de Juiz de Fora (MG). Este foi o local escolhido pelo pedreiro Adelio Bispo de Oliveira, agressor confesso do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), para se hospedar no último mês na cidade. Ele mora em Montes Claros, a 677 km de distância de Juiz de Fora.
Segundo um dos donos da pensão, Oliveira chegou ao local há duas semanas e pagou adiantado por um mês de estadia. Na época, a notícia de que Bolsonaro iria visitar a cidade em setembro já circulava entre os apoiadores do candidato.
Reservado, o pedreiro pouco falou com os demais hóspedes da pensão. Pagou R$ 400 à vista, em dinheiro, e ficou em um quarto particular na pensão modesta. Há outros 14 quartos na casa, que também conta com um prédio anexo. Na padaria da esquina, ele foi visto uma única vez para comprar pão.
Logo após o crime, a Polícia Federal foi até o local e recolheu os pertences de Oliveira, inclusive celulares e um notebook. O quarto onde ele esteve está trancado desde então. Na delegacia, ele disse que cometeu o crime “a mando de Deus” e “por motivos pessoais”, os quais a maioria das pessoas não entenderia.
Com medo de algum tipo represália, parentes do pedreiro deixaram a casa onde moram no bairro Maracanã, em Montes Claros. Vizinhos disseram que eles se transferiram para uma comunidade rural próxima, para evitar o assédio de estranhos.
Uma das sobrinhas de Oliveira teve de desativar sua conta no Facebook, depois que apareceu como sendo parente do pedreiro. O jornal Estado de Minas publicou na sexta-feira, 7, que a família estava amedrontada e sem entender os motivos para a agressão ao candidato do PSL.
“Ele era na dele, não falava muito sobre a vida. Disse que já foi morador de rua e que precisava trabalhar. Ficou comigo por uns quatro meses e depois pediu para sair”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o dono de uma lanchonete em Montes Claros onde Oliveira trabalhou.
O pedreiro foi filiado ao PSOL de Uberaba de 2007 a 2014, quando pediu para sair da sigla. O PSOL considerava Oliveira um “militante de base” – expressão que, conforme o partido, significa que o filiado não participava das decisões tomadas pela legenda no município.
O PSOL disse que, por se tratar de militante sem posto na agremiação, não é possível informar de que forma ele participava da vida partidária. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.