18/05/2025 - 13:00
Para realizar um sonho, melhorar seu futuro ou se preparar para imprevistos, o caminho mais seguro é estabelecer metas financeiras e um planejamento claro para atingi-las. Você pode começar por um objetivo relativamente pequeno, como ter R$ 50 mil.
+Quanto tempo leva para transformar R$ 50 mil investidos em R$ 100 mil?
Especialista em Investimentos CEA e sócio da GT Capital, Joaquim Neto calculou a pedido da IstoÉ Dinheiro simulações de quanto é necessário guardar por mês para atingir este valor em dois ou três anos.
Os cálculos consideram a Selic projetada para os próximos anos pelo mercado financeiro, segundo a edição do Boletim Focus publicada em 12 de maio. No caso do CDB, já foi descontado o Imposto de Renda previsto.
Confira as projeções a seguir.
Para ter R$ 50 mil em dois anos (24 meses)
Investimento | Taxa líquida de rendimento projetada | Valor mensal necessário |
CDB com rendimento de 100% do CDI | 0,90% | R$ 1.874,80 |
Fundo de investimento em infraestrutura | 1,01% | R$ 1.851,33 |
Poupança | 0,50% | R$ 1.965,66 |
Para ter R$ 50 mil em três anos (36 meses)
Investimento | Taxa líquida de rendimento projetada | Valor mensal necessário |
CDB com rendimento de 100% do CDI | 0,85% | R$ 1.193,08 |
Fundo de investimento em infraestrutura | 0,95% | R$ 1.171,44 |
Poupança | 0,50% | R$ 1.271,06 |
Entenda os investimentos
Nesta simulação, Joaquim neto considerou três tipos de aplicações. São elas:
- CDB: título de renda fixa privado, funciona como uma espécie de empréstimo para uma instituição financeira. O dinheiro permanece investido durante um período, e depois pode ser resgatado com um rendimento pré-determinado.
- Fundo de investimento em infraestrutura (FI-Infra): como o nome indica, é um fundo que tem na sua carteira de investimentos ativos relacionados ao setor de infraestrutura, como debêntures incentivadas e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
- Poupança: aplicação mais popular entre os brasileiros, tem rendimento fixo e pode ser resgatada a qualquer momento. Oferece no entanto o menor rendimento entre as opções analisadas.
Como os cálculos da simulação consideram o rendimento a partir das projeções do Boletim Focus, há variações na taxa de dois para três anos nos CDBs e nos Fi-Infras. Afinal, a oscilação dos juros afeta o retorno destes ativos.
O Boletim Focus reúne as projeções semanais das empresas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país. A última edição prevê que os juros encerrarão 2025 no patamar em que já estão, de 14,75%. Para os próximos anos, as taxas calculadas foram de 12,5 % em 2026, 10,5 % em 2027 e 10% em 2028.
Imposto
Tanto a poupança como o Fi-Infra contam com isentos de Imposto de Renda. Uma alíquota regressiva incide no entanto sobre os CDBs. Como o nome indica, ela diminui ao longo do tempo, como descrito a seguir:
- Até 180 dias: 22,5%
- De 181 a 360 dias: 20%
- De 361 a 720 dias: 17,5%
- Acima de 720 dias: 15%
Riscos
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) protege os investimentos na poupança e em CDBs. Ou seja, caso a instituição financeira responsável pela emissão do ativo venha a falir, os investidores receberão de volta valores de até R$ 250 mil.
Para evitar recorrer ao FGV, avalie a instituição financeira em que será feito o investimento. Bancos menores possuem mais risco de calote, enquanto os mais conhecidos costumam oferecer maior segurança.
“Importante reforçar que fundos de infraestrutura têm um maior risco de marcação a mercado, dado os riscos de créditos dos títulos privados (As debêntures de infraestrutura contidos nestes fundos”, explica Neto. Além disso, os FI-Infras não contam com a proteção do FGC.
Nos casos do Fi-Infra, assim, é necessário avaliar os ativos na carteira, o histórico e a gestão. Caso ainda não possua uma reserva de emergência, no entanto, prefira priorizar investimentos mais seguros.