27/09/2022 - 14:42
SÃO PAULO (Reuters) – O ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou um encontro voltado aos esportes, nesta terça-feira, para defender a necessidade de um combate contínuo contra o racismo.
“O racismo tem que ser combatido diariamente”, disse Lula em encontro com ex-atletas e representantes do setor em um hotel em São Paulo. “Toda vez que a gente tiver oportunidade, a gente tem que falar do racismo.”
“Não é possível que a gente ainda tenha gente querendo construir uma supremacia branca”, acrescentou.
Recentemente, o atacante brasileiro Vinicius Jr., do Real Madrid, foi alvo de ofensas racistas por parte de torcedores do Atlético de Madri do lado de fora do Estádio Metropolitano antes de partida entre os clubes pela liga espanhola, em um caso que gerou repercussão.
No encontro de Lula com os ex-atletas –que teve a participação do ex-jogador de futebol Walter Casagrande e das ex-jogadoras de vôlei Isabel Salgado e Ana Moser, entre outros–, Lula também criticou a falta de espaços para a prática esportiva e apontou para as escolas como uma opção viável para resolver o problema.
“Nós precisamos começar a mudar o conceito de nossas escolas”, disse, depois de reclamar que quase todas escolas no Brasil tem o mesmo padrão: “um monte de concreto e uma quadrinha de basquete e futebol de salão”.
Para Lula, as escolas devem ser como instrumentos com múltiplas funcionalidades. Reconhecendo as restrições orçamentárias nas cidades para a construção de escolas com piscina e mais quadras, Lula sugeriu que se mude a rubrica para investimentos, no lugar de gastos.
Ele também ressaltou que as prefeituras podem criar espaços voltados para os esportes, mencionando cidades nos Estados Unidos onde “em cada esquina você tem uma quadra”.
Do lado do futebol, Lula reconheceu as dificuldades da criação de uma liga no país como nos moldes da inglesa Premier League e ainda brincou.
“Eu gostaria que um emir do Catar aparecesse propondo comprar o Corinthians, pelo menos alugar… aí a gente não deixaria a meninada ir embora tão cedo”, afirmou
(Por Alexandre Caverni)