Por Sharon Bernstein e Tim Reid

(Reuters) – Steve Nikoui estava vidrado nos noticiários da televisão na quinta-feira, desesperado por indicações de que seu filho, o cabo Kareem Nikoui, tinha sobrevivido ao atentado suicida no aeroporto do Afeganistão, quando três fuzileiros navais chegaram à sua porta com a pior notícia possível.

O fuzileiro de 20 anos, que no dia anterior havia enviado para casa um vídeo dele dando doces para crianças afegãs, estava entre os 13 militares norte-americanos mortos na explosão.

+ França conclui operação de retirada do Afeganistão

“Ele nasceu no mesmo ano em que a guerra começou, e encerrou sua vida com o fim desta guerra”, disse Nikoui de sua casa em Norco, na Califórnia, referindo-se ao início das operações militares dos EUA no Afeganistão, em 2001.

O Departamento de Defesa dos EUA não anunciou formalmente os nomes dos militares mortos no ataque no aeroporto de Cabul, mas detalhes de suas vidas começaram a surgir na sexta-feira, quando familiares e amigos foram notificados.

Entre outras vítimas fatais estão um futuro pai de Wyoming, o filho de um policial da Califórnia e um médico de Ohio.

Militantes do Estado Islâmico assumiram a responsabilidade pelo atentado suicida, realizado durante uma retirada em massa de cidadãos norte-americanos e estrangeiros, e de alguns civis afegãos após a tomada do país pelo Taliban.

Nesta sexta-feira, Nikoui estava esperando um contato do Corpo de Fuzileiros Navais para ajudar nos preparativos para viagem dele e de sua esposa para uma base da Força Aérea em Delaware, onde o corpo de seu filho chegará nos próximos dias.

Ele disse que estava com raiva.

“Estou realmente desapontado com a maneira como o presidente lidou com isso, ainda mais com a maneira como os militares lidaram com isso. Os comandantes no terreno deveriam ter reconhecido essa ameaça e a enfrentado”, afirmou Nikoui.

tagreuters.com2021binary_LYNXMPEH7Q14P-BASEIMAGE