21/10/2019 - 17:35
O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, negou nesta segunda-feira, 21, que tenha proposto qualquer acordo ao presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), para acabar com a crise envolvendo a liderança do partido na Câmara. Na versão da ala “bivarista” da legenda, o governo rompeu um acerto ao apresentar nova lista de assinaturas para fazer de Eduardo Bolsonaro (SP) o novo líder.
“Não fiz acordo nenhum. A deputada Joice (Hasselmann, ex-líder do governo no Congresso) disse que eu rompi acordo. Tem de me respeitar. Eu jamais deixaria de cumprir minha palavra”, disse o ministro à reportagem. Ele admitiu, no entanto, que ligou pela manhã a Bivar, antes de embarcar para São Paulo.
O objetivo da conversa, segundo o ministro, era pedir a Bivar ajuda para “serenar os ânimos” e evitar que polêmica envolvendo o PSL “não provocasse interferência na pauta do Congresso”.
“Liguei para o Bivar para tratar da pauta legislativa e pedi que ajudasse a acalmar o partido porque, na semana passada, o (deputado) Delegado Waldir retirou o líder (do governo na Câmara, deputado) Vitor Hugo da comissão especial (sobre o projeto que trata da previdência dos militares) e foi o maior problema”, disse o ministro.
De acordo com Ramos, na conversa, foi Bivar quem citou a possibilidade de um acordo em que tanto Waldir quanto Eduardo abririam mão da liderança do partido na Câmara. A ideia seria encontrar um nome de consenso na bancada. Em resposta, o ministro teria dito que achava a ideia “positiva para todo mundo”. “Pronto. Foi isso. Não falei que ia ligar para Eduardo Bolsonaro. Não falei que ia ligar para Vitor Hugo. Não. Em nenhum momento falei isso”, afirmou o ministro.
Ramos disse ainda que quem está falando sobre o suposto acordo são pessoas que não participaram da conversa, como Joice e o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP). “Não falei com nenhum dos dois”, disse o ministro, acrescentando que “não existe nenhuma declaração do presidente do PSL afirmando que ele fez acordo. Pode procurar. Só existe de terceiros”.
O ministro contou que alguns parlamentares lhe telefonaram e não foi o Eduardo -“em nenhum momento, falei com ele” – para comentar sobre a possibilidade de consenso. Disse que falou com deputado Coronel Armando (RJ) e o deputado Coronel Tadeu (SP). A eles, porém, disse que não seria intermediário da disputa, por se tratar de uma questão da bancada.
Eduardo foi oficializado como líder do partido na Casa no fim da manhã de hoje, após Vitor Hugo apresentar uma lista com o apoio de 28 dos 53 parlamentares da legenda – o documento original tinha 29 nomes, mas um não foi aceito.
Como reação, a ala ligada a Bivar, porém, afirma ter apresentado uma nova lista, de apoio a Waldir, após dizer que Vitor Hugo quebrou o acordo firmado pela manhã.