23/02/2022 - 19:57
Medida visa ampliar capacidade de defesa contra possíveis agressões russas. Governo poderá reforçar policiamento e impor medidas mais rígidas, como toques de recolher, enquanto aumentam as preocupações no Ocidente.O Parlamento da Ucrânia decretou nesta quarta-feira (23/02) um estado nacional de emergência de 30 dias, para que o país possa ampliar sua capacidade de defesa contra uma possível invasão de seu território por parte da Rússia.
A medida, aprovada por ampla maioria, surge no mesmo dia em que Moscou começou a evacuar sua embaixada e Kiev, e enquanto Washington alertava para um maior risco de um ataque russo ao país.
O estado de emergência, que entra em vigor nesta quinta-feira, permitirá aos governos regionais o reforço das medidas de defesa, desde a intensificação da verificação de documentos de pessoas e veículos, até ações mais rígidas de policiamento, como limitar a circulação de transportes.
As autoridades poderão ampliar a segurança das infraestruturas estratégicas, além de impor toques de recolher e obrigar a população a permanecer em suas casas.
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“Serviços de inteligência de todos os nossos parceiros estrangeiros, assim como nossa inteligência e seus analistas, demonstram que seria impossível tomar nosso país sem antes desestabilizar a situação doméstica”, afirmou o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksiï Danilov.
O secretário afirmou que a situação é “difícil, mas está sob nosso controle”. O estado de emergência é valido para todo o país, mas não inclui as duas regiões controladas pelos separatistas na província de Donbass.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que as novas regras proíbem eventos em massa e greves. Na capital ucraniana, serão estabelecidos postos de controle nas entradas da cidade, além de verificações mais intensas nas estações de trens e aeroportos.
O Parlamento ucraniano aprovou a medida após um pedido do Conselho de Segurança do país.
Ocidente reforça sanções
A decisão russa de reconhecer os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, gerou fortes reações no Ocidente. Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e vários países anunciaram sanções econômicas contra Moscou, que continua a negar qualquer intenção de invadir o país vizinho.
A Rússia quer garantir que as forças da Otan diminuam sua presença na Europa Oriental, e que a aliança militar do Atlântico Norte jamais aceite a adesão da Ucrânia. Para Putin, essas exigências são inegociáveis.
“O nosso país está sempre aberto ao diálogo direto e honesto, visando encontrar soluções diplomáticas para os problemas mais complexos”, afirmou o presidente russo em pronunciamento à nação na ocasião do Dia do Defensor da Pátria. “Mas repito: os interesses da Rússia e a segurança de nossos cidadãos são inegociáveis.”
“Hoje, garantir a capacidade das forças de defesa do nosso país continua sendo o dever mais importante do Estado”, disse o presidente russo.
rc (dpa, AFP)