A rastreabilidade de produtos agrícolas de sua origem até a mesa do consumidor pode aumentar seu valor no mercado e garantir a qualidade ao comprador, de acordo com o representante da Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil, Nilson Gasconi, que participou de encontro sobre o tema promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Em todo mundo, a GS1 é responsável pelo registro digital de produtores – dos pequenos aos grandes conglomerados da agroindústria – por meio de um número global de localização, ou GLN, que os identifica e dá acesso à plataforma de dados do International Trade Center (ITC), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). “Isso vai permitir que esse produtor seja identificado por qualquer outro produtor ou importador em qualquer pais do mundo. A plataforma do ITC tem todos os dados da propriedade, do seu sistema de produção, tipo de insumos que utiliza etc”, disse Gasconi.

Segundo ele, a medida agrega aos produtos competitividade no mercado internacional porque a identificação é padronizada, ou seja, é a mesma para todos os países. Nessa certificação, as embalagens têm um código de barras ou QR Code que permite a captação imediata das informações sobre o produto e o compartilhamento com toda a cadeia de comercialização, do campo até a prateleira do supermercado.

“Esse sistema dá visibilidade a essa cadeia, facilita o gerenciamento de riscos, o uso dos recalls sempre que necessário, além de dar eficiência logística e organização de métodos”, afirmou Gasconi.

A experiência da Colômbia

Gasconi citou a Colômbia como exemplo bem-sucedido de parceria entre governo, associações de produtores e companhias privadas para garantir a rastreabilidade. Quando o sistema começou a ser implementado no país, cerca de 30 mil fazendas foram cadastradas no GLN. Hoje, já são 107 mil.

Segundo ele, os resultados foram positivos influenciados pelas expectativas dos produtores em “ter visibilidade para o seu produto, poder acessar mercados internacionais, serem mais competitivos, tomar consciência da diversidade de produtores do país, mostrar as praticas sustentáveis aos clientes e também fortalecer o setor agrícola”.

Na avaliação de Gasconi, o exemplo da Colômbia pode ser replicado em outros países, inclusive no Brasil, onde iniciativas de certificação têm mostrado bons resultados.