A Reag Capital Holding deve submeter um pedido de cancelamento do seu registro como companhia aberta. A decisão foi aprovada pelos acionistas da companhia em Assembleia Geral Extraordinária, conforme documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira, 22.

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Atualmente a Reag Capital Holding possui registro de companhia aberta na categoria ‘B’ perante a CVM.

“A decisão reflete a estratégia de simplificação societária e de foco nos negócios em que a Companhia possui maior diferencial competitivo. Após a venda da Reag Investimentos (REAG3) para a Arandu e no acordo iniciado da CIABRASF (ADMF3) com a Planner, deixou de fazer sentido a manutenção do registro de companhia aberta junto à CVM”, diz a empresa, em nota.

Ou seja, o cancelamento de registro de companhia aberta não afeta a Reag Investimentos, que por sua vez é uma empresa controlada pela Arandu e tem suas ações negociadas em bolsa sob o ticker REAG3. A Reag Capital Holding é uma empresa independente.

A Arandu Partners Holding – entidade detida pelos principais executivos da Reag – realizou vendas de ativos recentemente após a renúncia do então presidente do conselho João Carlos Mansur, que vendeu sua participação para um grupo de sócios liderados por Dario Tanure.

Na última terça-feira, 16, a nova gestão aprovou Felipe Oppenheimer para o cargo de presidente e Edson Inácio da Silva como diretor financeiro.

Reag tem nota de crédito rebaixada pela Fitch

Ainda na segunda-feira, 22, a Reag Capital Holding teve sua nota de crédito rebaixada pela Fitch Ratings. A nota de crédito da companhia saiu de ‘BBB(bra)’ para ‘CCC(bra)’.

“O rebaixamento das classificações está em linha com as sensibilidades de ratings publicadas no comunicado de 1º de setembro de 2025, que consideravam como fatores negativos os potenciais impactos da operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal do Brasil, denominada “Carbono Oculto” sobre a imagem e modelo de negócios do grupo”, diz o relatório da Fitch Ratings sobre o rebaixamento.

“A manutenção da Observação Negativa contempla os ainda elevados desafios e incertezas do evento sobre a imagem e reputação da REAG, que ainda podem afetar de forma relevante seu modelo de negócios e perfil financeiro”, completa a agência.

Acerca das vendas de ativos recentes – que incluem a Reag Investimentos e Empírica, além de um acordo com a Ciabrasf – a Fitch observa que eram instituições que ‘representam parte relevante dos resultados e sobretudo das receitas recorrentes do grupo’.

Desta forma, as transações devem ‘reduzir de forma relevante a escala de negócios da Reag‘.