11/08/2015 - 10:45
O presidente da Comgás, Luis Henrique Guimarães, salientou nesta terça-feira, 11, que o foco da distribuidora de gás no segundo trimestre estava em “lidar com adversidades externas”. É o caso, segundo ele, dos efeitos provocados pela desaceleração da economia e pela falta de água em São Paulo, além do aumento do custo financeiro e do dólar. Todos fatores alheios ao dia a dia da companhia.
A Comgás anunciou, na segunda-feira, 10, à noite um lucro de R$ 215,478 milhões, alta de 19,9% em relação ao segundo trimestre do ano passado. O lucro líquido normalizado, por sua vez, somou R$ 162,757 milhões, expansão de 23,1%. Já o Ebitda atingiu R$ 473,490 milhões, com alta de 12,9% em igual base comparativa. O Ebitda normalizado somou R$ 384,458 milhões, acréscimo de 13,4%.
O termo normalizado é atribuído pela Comgás para determinar os resultados ajustados pela conta corrente regulatória, conta na qual a diferença entre o componente de custo do gás incluído nas tarifas e o custo real de gás é apurada em base mensal. No segundo trimestre, a Comgás recuperou R$ 81 milhões dessa conta corrente regulatória, fator apontado pela companhia como um dos destaques do resultado trimestral.
Além disso, os números do segundo trimestre também decorrem do ajuste do custo de gás nas tarifas, conforme previsto em portaria da Arsesp publicada em maio passado. O texto estabeleceu aumento médio de 6,25% na tarifa média cobrada do segmento residencial. Para os segmentos comercial, indústria e postos de gás natural veicular, os reajustes propostos foram de 7,7%, 9,6% e 9,2%, respectivamente.
Tais efeitos mais do que compensaram a queda de 2,9% no volume de gás comercializado pela distribuidora, que atende 1,5 milhão de clientes em 177 cidades de São Paulo. A queda refletiu a retração de 4,3% no consumo de gás pela classe industrial e de 9% no segmento automotivo. O mercado residencial ficou estável, em função da falta de água do estado e consequente menor uso dos chuveiros. O principal destaque positivo do trimestre foi o segmento comercial, com aumento de 6,7% no volume comercializado.
A Comgás atribui o aumento na comparação entre segundos trimestres à expansão da base de clientes. Nos últimos 12 meses, a companhia incorporou 1.215 clientes, dos quais 280 unidades apenas entre abril e junho. O trabalho, ainda de acordo com a companhia, tem sido possível graças a iniciativas que visam a redução do tempo de conexão e o desenvolvendo novas aplicações para o gás natural. No total, a Comgás conectou 115 mil novos clientes 12 meses encerrados em junho e alcançou a marca de 1,5 milhão de clientes.
O balanço da companhia mostra que, apesar da queda de 2,9% no volume comercializado, a receita líquida cresceu 3,4% e somou R$ 1,671 bilhão. A variação positiva, salientou a Comgás, foi suportada pelos reajustes das tarifas. “O mix de vendas também foi melhor refletindo a estabilidade nas vendas residenciais e crescimento das vendas comerciais, segmentos de melhor margem, e a queda das vendas nos segmentos industrial, cogeração e automotivo”, complementou a companhia.