A desaceleração da inflação nesta reta final do ano é um alívio para o bolso do consumidor. Por outro lado, levará a um reajuste menor do que o inicialmente previsto para o salário mínimo e aposentadorias em 2026.

O governo reduziu a sua projeção para o valor do salário mínimo de 2026 de R$ 1.631 para R$ 1.627, conforme informou o Ministério do Planejamento. Atualmente, o valor é de R$ 1.518. Confirmada a previsão, o reajuste para o ano que vem será de R$ 109, ou 7,18%, contra uma alta de 7,5% aprovada em 2024.

+Prévia da inflação fica em 0,20% em novembro e desacelera para 4,50% em 12 meses

Pela regra em vigor, o reajuste do salário mínimo é calculado com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 12 meses até novembro, acrescido de até 2,5% de aumento real.

Em agosto, o governo estimava um índice de inflação de 4,78%, mas agora o próprio mercado passou a projetar índices dentro do teto da Em novembro, o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,20%. Com o resultado, o IPCA-15 passou a acumular alta de 4,50% nos últimos 12 meses.

O dado oficial do INPC será divulgado pelo IBGE no dia 10 de dezembro. O índice é divulgado junto com o IPCA, mas mede a inflação para as famílias com renda de até cinco salários mínimos.

O reajuste do salário mínimo é definido pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), em análise na Câmara dos Deputados. O texto da lei orçamentária ainda é passível de ajustes, mas caso seja aprovado como proposto pelo governo, os benefícios do INSS atrelados ao salário mínimo também serão reajustados, seguindo o valor do piso nacional. Atualmente, 70% das aposentadorias são de um salário mínimo, o que representa cerca de 28 milhões de segurados do INSS.

Reajuste para quem ganha acima do mínimo

Já para quem ganha benefícios do INSS acima de um salário mínimo, cerca de 12 milhões de segurados, a regra de reajuste é atrelada ao INPC do ano, encerrado em dezembro.

Em seu relatório de novembro de avaliação de receitas e despesas, o Ministério da Fazenda passou a projetar um INPC de 4,46% para o  fechamento do ano, contra um índice 4,66% previsto até então.

Ou seja, os benefícios para beneficiários do INSS que ganham acima do piso nacional deverão ser reajustados em 4,46% em janeiro, abaixo do aumento de 4,77% aprovado no início de 2025.

O teto das aposentadorias e pensões pagas pela Previdência Social também é corrigido pelo INPC. Atualmente, está em R$ 8.157,41. Confirmada a previsão de reajuste de 4,46%, o teto subirá para  R$ 8.521,23.