18/01/2018 - 17:58
O Brasil possui a moeda mais supervalorizada do mundo, de acordo com o tradicional índice Big Mac, que traça comparações entre diversas moedas de acordo com o valor cobrado pelo McDonald’s em cada país por seu principal sanduíche.
A atualização, publicada nesta quarta-feira 17, pela revista britânica The Economist, aponta que o real está 61% acima de seu ponto de equilíbrio, de acordo com a metodologia que ajusta o valor do “Big Mac” segundo o PIB per capita de cada país.
Isso quer dizer que, apesar da paridade entre o real e o dólar apontar algo próximo a R$ 3,20 para cada unidade da moeda americana, o custo de um Big Mac pesa no bolso de um brasileiro 61% a mais do que no de um americano.
O segundo país na lista com maior apreciação cambial é o Chile. O Peso chileno, segundo a publicação, está 26% supervalorizado em relação ao Dólar.
A ressalva que deve ser feita é que esse desalinhamento só aparece quando o PIB per capita entra na conta. Porque, quando isso é excluído do cálculo, a paridade está equilibrada de acordo com o índice.
No índice “cru”, ou seja, quando a correlação é direta entre quanto um Big Mac custa nos Estados Unidos e quanto custa por aqui – corrigido pelo câmbio oficial -, o índice aponta uma depreciação do real frente ao dólar da ordem de 3%.
No entanto, esse indicador “cru” não considera fatores que ficaram conhecidos como “custo Brasil”, que eleva sobremaneira os produtos comercializados no País. Esses fatores são os principais responsáveis por fazer com que um iPhone X, vendido pela Apple nos EUA por US$ 1.000, chegue às prateleiras brasileiras a R$ 7.000 – e não a R$ 3.200 como sugeriria o câmbio oficial.
Apesar de o desalinhamento desaparecer nesta metodologia, o Brasil é o país latino-americano com menor depreciação cambial. Todos os outros acompanhados pela publicação – Uruguai (-7,2%), Chile (-18,7%), Costa Rica (-23,7%), Argentina (-25%), Colômbia (-27,4%), Peru (-38,1%) e México (-51,3%) – possuem moedas mais subvalorizadas do que o Real.
Apesar de usar o Big Mac para comparar diferentes moedas – devido às diferentes cadeias envolvidas na fabricação do sanduíche -, a The Economist alerta que as “Burgernomics” – ou a Economia do Hambúrguer – nunca foi criada para ser um calibrador preciso do desalinhamento entre moedas.
Você pode ver o ranking completo aqui.