Os Emirados Árabes Unidos disseram nesta segunda-feira (31) que interceptaram, pela terceira vez este mês, um míssil balístico lançado pelos rebeldes iemenitas houthis, um ataque ocorrido durante a primeira visita do presidente israelense a este país do Golfo.

“As defesas antiaéreas interceptaram e destruíram um míssil balístico lançado pelos terroristas houthis contra nosso país”, disse o ministério da Defesa em comunicado.

Os restos do míssil caíram em uma área despovoada e não houve vítimas, segundo as autoridades.

O local de onde o míssil foi lançado foi destruído, em al-Jawf, norte do Iêmen, disse o ministério.

O ataque houthi coincide com a primeira visita oficial do presidente israelense Isaac Herzog aos Emirados desde que os dois países normalizaram as relações em 2020.

Em comunicado, o gabinete do presidente israelense garantiu que “sua visita continua conforme o planejado”.

Herzog foi recebido no domingo pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi e líder de fato do país, Mohamed bin Zayed.

Nesta segunda-feira, Herzog visitará o local da Exposição Mundial 2020 e o pavilhão de seu país. O presidente israelense se reunirá então com o xeque Mohamed bin Rashed Al-Maktoum, primeiro-ministro e ministro da Defesa.

No domingo, Herzog expressou o apoio israelense às “exigências de segurança” dos Emirados e condenou “qualquer violação de sua soberania por grupos terroristas”, em uma provável referência aos recentes ataques dos rebeldes iemenitas.

O ataque desta segunda-feira é o terceiro contra os Emirados desde o início do ano. Em 17 de janeiro, um ataque de drones e mísseis deixou três mortos em Abu Dhabi e, em 24 de janeiro, dois disparos de mísseis balísticos foram interceptados pelas forças americanas estacionadas na capital.

Os houthis ainda não fizeram comentários, mas indicaram que publicariam um comunicado “nas próximas horas” sobre uma operação nos Emirados.

Os Emirados fazem parte de uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita que apoia o governo iemenita desde 2015 contra os rebeldes houthis, por sua vez apoiados pelo Irã.

O país, que abriga tropas dos EUA e é um dos maiores compradores de armas do mundo, retirou suas tropas do Iêmen em 2019, mas continua sendo um ator influente no conflito.

“Condenamos o último ataque com mísseis dos houthis contra Abu Dhabi”, tuitou o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price, nesta segunda.

“Enquanto o presidente israelense está nos Emirados para construir pontes e promover a estabilidade na região, os houthis continuam realizando ataques contra civis”, acrescentou.

A Arábia Saudita e os Estados Unidos acusam o Irã de fornecer drones, mísseis e outras armas aos houthis, o que o governo de Teerã nega.

Segundo a ONU, o conflito no Iêmen já deixou 377.000 mortos e deixou a população de 30 milhões de pessoas à beira da fome generalizada.