31/10/2016 - 12:37
As receitas de prestação de serviços do Itaú Unibanco, sem considerar as operações de seguros, somaram R$ 7,825 bilhões no terceiro trimestre, cifra 7,7% maior que a registrada no mesmo período de 2015. Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, foi identificada leve alta de 0,1%.
Considerando os ganhos com a operação de seguros, as receitas do Itaú foram a R$ 9,380 bilhões de julho a setembro, elevação de 6,3% em um ano e estáveis no trimestre. Sem considerá-las, cresceram em ritmo superior ao das despesas não decorrentes de juros, que tiveram aumento de 7,4% em um ano, para R$ 12,374 bilhões.
Os destaques de crescimento no terceiro trimestre ante um ano, conforme o relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, foram serviços de conta corrente que apresentaram expansão de 13,8%; cartões de crédito, com alta de 9,6%; serviços de recebimento (10,3%) e administração de recursos (9,6%). Na contramão, ficou América Latina (exceto Brasil), com queda de 12,3%.
Segmentos
Os segmentos de crédito imobiliário e cartão de crédito foram os únicos que apresentaram expansão no terceiro trimestre ante o segundo na carteira de pessoa física do Itaú Unibanco. Crédito para a compra de veículos seguiu encolhendo, postergando novamente o ponto de inflexão nesta área.
A carteira de crédito à pessoa física do Itaú encerrou setembro com saldo de R$ 182,517 bilhões, leve queda de 0,1% ante junho. Em um ano, a retração foi maior, de 1,9%. Do lado positivo, imobiliário cresceu 2,9% no terceiro trimestre ante o segundo e cartão de crédito avançou 2,4%. No comparativo anual, as expansões foram 11,5% e 1,3%, nesta ordem.
Já o segmento de crédito a veículos encolheu 4,8% no terceiro trimestre ante o segundo e 26,5% em um ano. Até mesmo o consignado, com desconto em folha, teve queda de 1,8% e 0,1%, respectivamente. No crédito pessoal, as quedas foram de 2,9% e 7,9%.
A carteira de pessoa jurídica do Itaú totalizou R$ 244,191 bilhões no terceiro trimestre, queda de 2,8% ante o segundo e de 16,9% em um ano. O segmento de grandes empresas, que totalizou R$ 183,418 bilhões, reduziu 2,9% no trimestre e 17,7% em 12 meses. Já o crédito para micro, pequenas e médias empresas somou R$ 60,773 bilhões, redução de 2,4% e 14,3%, respectivamente.
A carteira de crédito total ajustada do Itaú atingiu R$ 605,1 bilhões ao final de setembro de 2016, mantendo-se praticamente estável em relação a junho de 2016, com queda de 0,6%. Em um ano, porém, encolheu 11,0%. As linhas com menor inadimplência, imobiliário e consignado, representaram 45,5% do total emprestado pelo banco a pessoas físicas no Brasil, comparado a 19,7% em 2012, fruto da estratégia do banco de operar ativos de menor risco e rentabilidade atraente.
Guidances
O Itaú Unibanco reiterou, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, os guidances para 2016, que já consideram a consolidação do Itaú CorpBanca. A carteira de crédito do Itaú, no conceito consolidado e que leva em conta avais, fianças e títulos privados, deve encolher de 10,5% a 5,5% neste ano em relação a 2015.
As despesas de provisões para créditos de liquidação duvidosa líquidas de recuperação de créditos do Itaú no conceito consolidado devem alcançar de R$ 23 bilhões a R$ 26 bilhões neste ano.
Para a margem financeira com clientes, o Itaú projeta queda de 2,5% até aumento de 0,5% neste ano. Já as receitas com serviços e seguros do Itaú devem crescer de 4,0% a 7,0% neste ano em relação a 2015.
As despesas não decorrentes de juros podem aumentar de 2,0% a 5,0% em 2016 ante o ano anterior.
Resultado Brasil
Para os resultados Brasil, que inclui unidades externas com exceção das localizadas na América Latina, o Itaú projeta retração de 11,0% a 6,0% em suas operações de crédito neste ano.
O Itaú espera que as despesas de provisões para créditos de liquidação duvidosa líquidas de recuperação de créditos no resultado Brasil, fiquem entre R$ 21,0 bilhões e R$ 24,0 bilhões neste ano. Espera ainda que suas receitas com serviços e seguros tenham expansão de 4,5% a 7,5% neste exercício.
As despesas não decorrentes de juros do Itaú, considerando os resultados Brasil, devem crescer de 2,5% a 5,5% em 2016.
Margem financeira gerencial
A margem financeira gerencial do Itaú Unibanco foi a R$ 17,706 bilhões no terceiro trimestre, cifra 5,5% menor do que a registrada em um ano, de R$ 18,734 bilhões. Em relação ao segundo trimestre, quando somou R$ 16,588 bilhões, foi identificada elevação de 6,7%.
O aumento no comparativo trimestral, de acordo com o Itaú, é explicado, principalmente, pelo crescimento de R$ 890 milhões da margem financeira com clientes. “No trimestre anterior, esta margem foi impactada pelo ajuste ao valor recuperável (impairment) de títulos no valor de R$ 539 milhões”, destaca o banco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras. A instituição não revela mais detalhes, mas, segundo analistas, esses títulos seriam da operadora de telefonia Oi, que está em recuperação judicial.
A margem financeira com clientes do banco totalizou R$ 15,958 bilhões de julho a setembro, queda de 3,0% em um ano e alta de 5,9% no comparativo trimestral. Já a margem com o mercado, que compreende principalmente as operações de tesouraria, totalizou R$ 1,749 bilhão, recuo de 23,2% e aumento de 15,0%, respectivamente.
A taxa média anualizada da margem financeira gerencial com clientes do Itaú (Net Interest Margin – NIM) com CorpBanca, que não considera a margem financeira com o mercado, passou de 9,6% em junho para 10,2% em setembro. O indicador ajustado ao risco foi de 6,1% para 6,8%.
A taxa média anualizada da margem financeira com operações sensíveis a spreads do Itaú, também considerando os números do banco chileno, foi a 10,4% ao final do terceiro trimestre, ante 9,8% no segundo. No conceito ajustado ao risco, foi a 6,4%, ante 5,8%.
Rede
O Itaú Unibanco capturou, por meio da sua adquirente, a Rede, R$ 95,221 bilhões no terceiro trimestre, montante 1,38% maior que o visto em um ano, de R$ 93,921 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, quando a cifra ficou em R$ 93,398 bilhões, o aumento foi de 1,95%.
O valor transacionado de cartões de crédito foi de R$ 62,4 bilhões, aumentos de 1,7% em relação ao segundo trimestre de 2016 e de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. “Esse valor representa 65,5% do total dos negócios gerados pela adquirência”, destaca o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
Já o valor transacionado capturado nas transações de cartões de débito foi de R$ 32,9 bilhões e representou 34,5% do valor transacionado total no terceiro trimestre de 2016. A cifra foi 2,4% maior em relação ao segundo trimestre de 2016 e de 2,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A Rede capturou e processou mais R$ 1,3 bilhão em transações realizadas dentro dos lojistas parceiros e em suas joint ventures no terceiro trimestre de 2016. Sua base de equipamentos instalados e ativos atingiu 1,582 milhão de unidades ao final de setembro, com reduções de 5,8% em relação ao trimestre anterior e 16,7% em relação ao terceiro trimestre de 2015.