O aquecimento do mercado de imóveis durante a pandemia proporcionou resultados recordes para construtoras e incorporadoras. A Direcional Engenharia, com foco nos segmentos econômico e médio padrão, registrou no segundo trimestre o maior volume de vendas em seus 40 anos de história e aposta na manutenção dos bons resultados nos próximos meses. “O setor em geral passou bem por esse período (de pandemia). Manteve bastante emprego numa época em que houve crescimento do desemprego no País”, afirmou à DINHEIRO Ricardo Ribeiro, CEO da Direcional Engenharia.

A aposta da Direcional para o incremento nos negócios está na ampliação em 10% (agora para R$ 264 mil) do teto do valor dos imóveis do programa habitacional Casa Verde e Amarela (CVA), direcionado à população de baixa renda, além da ascensão da Riva, marca voltada ao médio padrão, categoria logo acima da econômica. Responsável por cerca de 30% dos negócios da incorporadora, a Riva atua com imóveis entre R$ 260 mil e R$ 700 mil e opera com funding de mercado (poupança, LCI, fundos imobiliários) enquanto o CVA, com 70% da receita da bandeira, tem recurso para financiamentos provenientes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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“O setor em geral passou bem pela pandemia. Manteve bastante emprego numa época em que houve o crescimento do desemprego no Brasil” Ricardo Ribeiro CEO da Direcional.

O bom momento da empresa ficou refletido nos resultados históricos do segundo trimestre de 2021. As vendas líquidas totalizaram R$ 614,5 milhões, crescimento de 53,2% na comparação com o mesmo período de 2020. Do total R$ 433 milhões corresponderam ao segmento econômico e o restante ao de médio padrão. O lucro bruto atingiu R$ 159,6 milhões, alta de 20% em relação ao ano passado. E o Ebitda ajustado atingiu R$ 89,9 milhões, alta de 47,8% na comparação anual. O crescimento das vendas foi consequência da disparada dos lançamentos neste ano. “O Valor Geral de Vendas (VGV) chegou a R$ 1,3 bilhão, contra os R$ 491 milhões do ano passado.”

Nem mesmo o aumento da taxa Selic, para 6,25% ao ano, e a consequente alta dos juros dos financiamentos bancários tiram o otimismo de Ribeiro em relação ao futuro do setor. O executivo acredita ser necessário analisar o comportamento do mercado diante da situação. “Precisa ver se uma parte das famílias perderá a capacidade de compra por causa desse aumento de juros e do custo de insumos para a construção civil, em parte repassado ao valor dos imóveis”, disse. Nada, porém, que desvie a Direcional do caminho do sucesso.