18/06/2020 - 15:10
A recuperação do mercado de trabalho parece mais lenta do que o esperado nos Estados Unidos, apesar de as atividades estarem sendo retomadas aos poucos, em meio à pandemia. O número de pessoas em busca de seguro-desemprego permanece alto, segundo cifras divulgadas nesta quinta-feira.
Na semana encerrada em 6 de junho, o número de pessoas que pediram pela primeira vez o seguro-desemprego no país seguiu no nível de 1,5 milhão, segundo o Departamento do Trabalho.
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O número de novos desempregados foi surpreendentemente alto, registrando uma queda de apenas 58.000 em comparação com a semana anterior. Com esstes números, as demissões temporárias, devido à pandemia de coronavírus, totalizam 45,7 milhões de pessoas.
Até a semana passada, mais de 760.000 pessoas em 46 estados do país apresentaram pedidos de assistência ao desemprego, amparadas por um programa especial destinado a trabalhadores que não seriam elegíveis para os benefícios em condições normais, disse o Departamento do Trabalho.
Este nível de pedidos “é uma lembrança clara de que o golpe da Covid-19 não terminou”, assinalou o economista-chefe da empresa Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson
Os dados foram divulgados no momento em que o chefe do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, advertiu o Congresso que ainda há uma “grande incerteza” envolvendo a recuperação. Ele previu que a contração do PIB no trimestre de abril a junho poderá ser “a mais dura já registrada” e pediu mais medidas de apoio à economia.
– ‘Tensão permanente no mercado de trabalho’ –
Rubeela Farooqi, da High Frequency Economics, afirmou que o relatório da semana mostrou um quadro misto na maior economia do mundo. “A diminuição das reivindicações contínuas pela segunda semana consecutiva, embora pequena, é encorajadora e indica algumas contratações, ou recontratações”, afirmou a especialista. “No entanto, a alta taxa de demissões é indicativa de tensões contínuas no mercado de trabalho.”
Os dados mostram a imagem mais recente da devastação econômica causada pela pandemia de coronavírus, que obrigou as empresas de todo país a fecharem desde meados de março, causando demissões em massa.
O ritmo dos novos pedidos de ajuda semanais diminuiu após atingir seu ponto máximo no final de março. Muitos estados adotaram a reabertura de suas economias, pelo menos parcialmente. O vírus persiste, porém, com o epicentro da pandemia se movendo de Nova York para os estados do sul e leste.
Os Estados Unidos são palco do pior surto de coronavírus do mundo, com mais de 117.000 mortes e mais de 2,1 milhões de casos diagnosticados.