27/03/2016 - 11:12
Dubai, 27 (AE ) – A emissora Al Jazeera, do Catar, anunciou neste domingo que cortará 500 empregos, ou 10% de sua força de trabalho. A notícia é divulgada semanas após a rede informar que fecharia seu canal a cabo nos Estados Unidos.
A maioria dos cortes afetará os funcionários de sua sede na capital do Catar, Doha, e é resultado de mudanças no panorama para a mídia global, afirma o diretor-geral interino da Al Jazeera, Mostefa Souag, em comunicado.
O grupo do setor de mídia, que tem apoio estatal, emprega cerca de 4.500 pessoas pelo mundo. Não estava ainda claro que postos seriam cortados e se a redução afetaria as redações.
O anúncio é feito no momento em que países ricos em petróleo do Golfo Pérsico, como Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes, cortam custos e realizam reformas econômicas. Os Emirados Árabes, por exemplo, reduziram subsídios com energia, a fim de lidar com o impacto da forte queda em sua receita com petróleo.
“Ainda que nossa decisão seja consistente com aquelas tomadas em todo o setor de mídia pelo mundo, ela foi difícil de ser adotada”, disse Souag na nota. A companhia afirma que pretende garantir sua “competitividade e alcance no longo prazo”.
A Al Jazeera tem presença em cerca de 70 cidades pelo mundo. Lançada em 1996, a rede cresceu e tornou-se uma das maiores do setor de notícias no mundo e também uma voz influente no mundo árabe. Nos últimos anos, o canal em língua árabe da emissora foi alvo de críticas de vários governos, por um suposto viés favorável aos muçulmanos e pela cobertura limitada dos protestos da Primavera Árabe no Bahrein, um aliado muçulmano sunita do Catar.
Em janeiro, a Al Jazeera anunciou que encerrará as transmissões da Al Jazeera America até 30 de abril, por questões econômicas. Estima-se que a rede tenha investido US$ 2 bilhões na tentativa de avançar como canal a cabo nos EUA. Fonte: Dow Jones Newswires.