11/10/2016 - 19:25
A redução generalizada de impostos prometida pelo candidato republicano Donald Trump beneficiaria, principalmente, as famílias de renda mais alta, enquanto as propostas de sua rival, a democrata Hillary Clinton, poderiam frear os investimentos – aponta um estudo independente publicado nesta terça-feira (11).
O programa fiscal do candidato republicano provocaria “uma redução de impostos em todos os níveis de renda, embora as pessoas de rendas mais altas sejam as mais favorecidas”, afirmou o Tax Policy Center (TPC, Centro de política tributária) em seu relatório.
O 1% dos contribuintes que ganha mais de 3,7 milhões de dólares anuais teriam uma redução de impostos de 1,1 milhão de dólares em média, incrementando sua renda líquida em 14%, segundo o informe. A taxa máxima de impostos passaria de 39,6 para 33%.
Cerca de 20% das famílias mais pobres teriam uma redução fiscal de 110 dólares, beneficiando-se assim de um pequeno aumento de suas rendas (+0,8%), de acordo com este documento, que ecoa as críticas de Hillary Clinton à proposta de Trump.
Em seu segundo debate presidencial, no domingo, a candidata democrata garantiu que o plano de sua rival “oferecerá aos ricos e às empresas a maior redução de impostos já acordada”.
A proposta do candidato republicano de reduzir a carga tributária federal das empresas de 35 para 15% poderia, potencialmente, “aumentar o valor da poupança e do investimento” nos Estados Unidos, mas contribuirá para aumentar a dívida do país em 7,2 trilhões de dólares até 2026, um aumento de 36,5%, segundo o TPC.
A iniciativa de Hillary Clinton permitiria, ao contrário, reduzir a dívida em 1,6 trilhão de dólares em 10 anos, aumentando os impostos para os mais ricos, cujas rendas diminuiriam em média 7,4%, indica o centro de análise.
Os aumentos nas receitas das outras categorias da população seriam mínimas, entre 0,1% e 0,6%.
“Ela aumenta os impostos para um nível muito elevado, e isso será um desastre para o país”, afirmou Trump durante o debate.
Segundo o Tax Policy Center, o plano fiscal da candidata democrata poderá desestimular os mais ricos a “poupar e investir”, tornando o tributário “mais complexo”.