A ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, utilizou os recentes acordos comerciais fechados com a União Europeia (UE), Estados Unidos e Índia para defender a priorização de gastos de capital do Partido Trabalhista, durante testemunho nesta terça-feira, 20, na Câmara dos Comuns. Reeves defendeu que as medidas ampliam a conexão global do país e vão trazer “bilhões de libras” para a economia britânica, voltando a impulsionar o crescimento.

“Desde a eleição, tivemos cortes de juros e três grandes acordos comerciais”, afirmou. “Herdamos uma economia que levava a relação de gastos e dívida/PIB para direção errada. Vamos trazer investimentos para onde é necessário.”

Reeves classificou como “um absurdo” que a oposição, o Partido Conservador, tenha votado contra projeto de lei que prevê aumento dos investimentos em infraestrutura e acordos comerciais. “Não concordamos com a vontade da oposição de cortar gastos de capital. Queremos fazer gastos direcionados em energia, ferrovias e outras áreas”, pontuou.

A ministra das Finanças foi questionada diversas vezes se os acordos fechados prejudicarão o mercado de trabalho, as indústrias e os agricultores locais, além de aumentar imigração para o país. Como defesa, Reeves afirmou que os acordos com a UE e a Índia preveem benefícios para os trabalhadores britânicos, que também poderão acessar o mercado externo mais facilmente. Sobre o acordo com os EUA, a chanceler destacou que o país conseguiu evitar a maior parte das tarifas que pesariam sobre a produção no Reino Unido, beneficiando particularmente o setor de aço.

A ministra também defendeu que representantes de diversos setores – incluindo saúde, alimentos e pesca – participaram das negociações do acordo. Segundo o partido Conservador, os acordos prejudicariam particularmente esses setores.

Reeves disse que o acordo com a Índia trará 5 bilhões de libras diretamente para a economia britânica e que o acordo com a União Europeia também trará “bilhões”. Nesta segunda-feira, 19, segundo a Sky News, o ministro do Tesouro, Darren Jones, estimou que o acordo com o bloco europeu renderá cerca de 90 bilhões de libras para o país.