24/01/2021 - 10:52
Um terremoto de magnitude 7,1 atingiu a Antártica na noite de sábado (23), antes de outro sismo que sacudiu o centro do Chile, enquanto um falso alarme de tsunami causou pânico na população.
O movimento foi registrado às 20h36 (mesmo horário em Brasília), no meio do mar, a cerca de 210 km da base chilena Eduardo Frei da Antártida. Tanto o sismo quanto o alerta de tsunami que veio na sequência colocaram em estado de atenção nove bases militares e científicas chilenas e de outros países.
+Médicos esgotados após terremoto na Indonésia tentam evitar propagação da covid-19
+ Chuvas torrenciais dificultam busca por sobreviventes do terremoto na Indonésia
O Escritório Nacional de Emergência (Onemi) lançou o alerta de tsunami para a zona antártica, mas, por um erro técnico, ele foi disparado também para os celulares de grande parte dos 18 milhões de habitantes do país.
Minutos depois do sismo, o Onemi pediu que se deixasse “a zona de praia do território antártico”, devido à possível chegada de um tsunami.
“Devido à emergência, 80 pessoas da Base Frei foram evacuadas”, relatou esta infraestrutura em sua conta no Twitter.
Esta base chilena está localizada a 1.230 km do continente, na Ilha do Rei George e tem uma população máxima de 150 pessoas no verão, e cerca de 80, no inverno.
Outras 80 pessoas foram retiradas das bases chilenas de O’Higgins, Fildes e Prat, onde nenhum dano foi registrado, assim como de cinco bases estrangeiras próximas. Os países não foram especificados.
Depois de quase duas horas, o Onemi ordenou o cancelamento total do “Estado de Precaução contra Tsunami e a evacuação dos setores costeiros do território antártico”.
– Outro terremoto –
Às 21h07 (mesmo horário em Brasília), uma hora antes do toque de recolher nacional pela pandemia de coronavírus, outro tremor de magnitude 5,8 (Onemi havia anunciado inicialmente uma magnitude de 5,9) ocorreu a 14 km de Santiago, a 122 km de profundidade. Não há relação com o terremoto na Antártica.
O Onemi informou que, neste caso, não foi reportado nenhum dano às pessoas, nem alteração dos serviços básicos, ou da infraestrutura.
“Os organismos técnicos estão avaliando a situação regional”, completou.
Este terremoto foi sentido em balneários da costa pacífica central e norte do país, com um movimento turístico interno verão austral, causando pânico nas ruas. Centenas de pessoas fugiram a pé, ou de carro, para áreas altas por medo de um tsunami.
Isso aconteceu, porque o Sistema de Alerta de Emergência (SAE) para telefones celulares foi ativado, informando sobre uma ameaça de tsunami na costa chilena.
Minutos depois, o Onemi explicou que a mensagem foi um erro e que o alerta valia apenas para a costa da Antártica.
A situação se acalmou após o esclarecimento de Onemi, mas o erro fez relembrar os problemas de comunicação, que foram investigados judicialmente, ocorridos após o potente terremoto de 8,8 e o posterior maremoto de 27 de fevereiro de 2010 no sul do Chile. O fenômeno deixou mais de 500 mortos e mais de 220.000 casas destruídas.
Um dos países mais sísmicos do mundo, o Chile sofreu há 60 anos o mais poderoso terremoto já registrado, de magnitude 9,6, na cidade de Valdivia, no sul do país.