Leonardo Rizzo sempre gostou de eventos. Começou organizando festas infantis, confraternizações e casamentos e logo viu no futebol um mercado para explorar. Começou sendo o responsável pelo bar de camarotes pelo Brasil e logo chegou até a Eurocopa em 2012. 

O que poderia ser o começo de uma ascensão meteórica virou um balde de água fria quando ele e sua empresa ficaram de fora da Copa do Mundo 2014. 

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Mas, olhando para as novas arenas da Copa, Rizzo resolveu abrir a própria empresa: a Soccer Hospitality. O grande ponto de virada foi pensar os camarotes dos estádios de uma outra forma: ao invés de um lugar somente para convidados especiais, os espaços poderiam vender ingressos para os torcedores com maior poder aquisitivo terem uma experiência exclusiva. 

“Eu vi muito isso nos Estados Unidos. Quando você vai a um jogo da NBA ou da NFL você conta com os bares. Naquela época no Brasil a gente tinha os camarotes que custavam uma grana alta e quem comprava isso ou eram grandes empresários ou empresas. E ali eu pensei: ‘eu consigo trazer a experiência do camarote para uma pessoa física’”, explicou.

Rizzo conta que a primeira experiência foi feita no Morumbi, onde ele montou uma hamburgueria em parceria com a Jack Daniels. Hoje a empresa conta com camarotes em oito estádios. Além de marcar presença nos estádios do Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, a empresa ainda tem camarotes nos estádios do Botafogo, Bahia, Náutico e, mais recentemente, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Segundo o empresário, os camarotes receberam, em 2023, mais de 7 mil pessoas por fim de semana.

“Eu tenho mais uma lista de 10 estádios pra gente montar os camarotes”, contou, sem abrir quais são os próximos destinos.  

Camarotes têm comida e bebida inclusas e encontro com ídolos

Os torcedores que desejam usufruir dos camarotes precisam desembolsar entre R$ 200 e R$ 700 com o sistema all inclusive, que inclui comida e bebidas à vontade. Um outro diferencial é a possibilidade de assistir aos jogos ao lado de ídolos do passado. Rizzo também explica que os espaços oferecem o matchday, onde o torcedor pode ficar até 7 horas no camarote. 

O camarote Fielzone, na NeoQuímica Arena, é o único que funciona em dias que não tem jogo. Com atividades como rodízio de pizza, música ao vivo e show de grandes nomes como Alcione, o local se transformou em uma casa de shows na zona leste de São Paulo. 

“A gente leva mais de 400 pessoas no samba toda segunda-feira, na sexta tem um baile da terceira idade que vai na base de mil pessoas e aos sábados a gente realiza grandes shows: já levamos Alcione, Pixote, Diogo Nogueira e conseguimos levar mais de 1000 pessoas por evento desse porte também”, disse. 

Para quem quer conhecer o local, os ingressos para esses eventos custam a partir de R$ 30. 

Os camarotes que fazem parte do império são: FielZone na Neo Química Arena, Fanzone no Allianz Parque, Camarote dos Ídolos no Morumbis, Boteco Santista na Vila Belmiro, Timbuzone no Estádio dos Aflitos, Firezone no Nilton Santos, Imortal Sports Bar na Arena do Grêmio e o Esquadrão Zone na Arena Fonte Nova. Além deles, há também o Camarote 011 no Sambódromo do Anhembi. Os torcedores podem comprar os ingressos nos sites de cada um deles.

Cardápio oferece comidas típicas 

Foto: Soccer Hospitality

Os espaços também oferecem comidas típicas como parte da experiência. Na Arena Fonte Nova, em Salvador, é servido acarajé e abará. Já em Porto Alegre, o galeto de frango é preparado para os torcedores. 

Além da tradição, a escolha dos pratos também leva a rivalidade em conta. Em dia de Corinthians e Palmeiras, no Camarote Fielzone, na Neo Química Arena, os torcedores podem aproveitar o porco no rolete, que faz alusão ao mascote alviverde, o porco.

“Todo jogo é único, independente do adversário ou campeonato. Os torcedores possuem memórias diferentes de cada partida, sobre qual era o clima no estádio, o que fizeram antes e depois do duelo e, principalmente, o que comeram e beberam durante a atração. Por isso, é importante oferecer aos clientes toda essa mistura de elementos”, acredita Rizzo.