Londres espera deportar mais de 5 mil requerentes de refúgio neste ano, sob uma controversa nova lei que terceiriza para o país africano os pedidos de asilo.O governo do Reino Unido confirmou nesta quarta-feira (01/05) que começou a prender requerentes de refúgio que serão enviados para Ruanda no âmbito de uma controversa nova lei de deportação.

Na semana passada, após meses de disputas parlamentares, os legisladores britânicos aprovaram um projeto de lei que permite a deportação imediata de migrantes de qualquer nacionalidade que chegam ao país de forma irregular.

A partir de julho, eles serão transferidos de avião para Ruanda, a quase 7 mil quilômetros de distância. Segundo a lei, as autoridades do país africano farão o processamento do pedido de refúgio. Mas o migrante não retorna ao Reino Unido se a solicitação de asilo for aceita, e sim fica em Ruanda.

A política do primeiro-ministro Rishi Sunak é uma tentativa de combater o fluxo de migrantes que chegam ao Reino Unido em pequenos barcos vindos da Europa continental.

Relatos de que agentes de imigração estavam detendo pessoas destinadas aos voos de deportação para Ruanda surgiram no início desta semana. Nesta quarta, o Ministério do Interior britânico confirmou que “uma série de operações a nível nacional” estava em curso.

“Os primeiros migrantes ilegais a serem enviados para Ruanda foram agora detidos”, disse a pasta. Chamando a ação de “outro marco importante” no plano de Ruanda, o ministério divulgou fotografias e um vídeo de agentes de imigração detendo vários migrantes em diferentes residências. Eles foram vistos sendo levados com algemas e colocados em veículos de segurança reforçada.

O ministro do Interior, James Cleverly, disse que as autoridades estão “trabalhando em ritmo acelerado para deter rapidamente aqueles que não têm o direito de estar aqui, para que possamos fazer os voos decolarem”.

Na terça-feira, o governo revelou que espera deportar 5.700 migrantes para Ruanda neste ano, um número que o governo ruandês “a princípio” concordou em aceitar. Desses, 2.143 já “podem ser localizados para detenção”. Ministros britânicos garantiram que o restante será encontrado pelas forças de aplicação da lei.

O governo do Reino Unido informou nesta quarta que aumentou sua capacidade de detenção para mais de 2.200 vagas antes dos primeiros voos para Ruanda. Aviões comerciais fretados também foram reservados, e um aeroporto foi colocado em espera, acrescentou.

ek (AFP, Reuters)