A pandemia da Covid-19 mexeu com a vida de muitas pessoas desde março de 2020. As consequências podem também ser sentidas na mente de muitos adultos que tiveram dificuldades em pagar as suas contas no período. É o que aponta um estudo da Ulster University, no Reino Unido. 

De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica PLOS One, muitos adultos que tiveram problemas financeiros sofreram de depressão e ansiedade. 

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As medidas de isolamento social da pandemia sobrecarregaram as finanças domésticas em todo o mundo. Algumas pesquisas já haviam relacionado a tensão financeira durante a pandemia a uma piora na saúde mental das pessoas. 

Pesquisadores do departamento de psicologia da Ulster University, liderados por Mark Shevlin, realizaram um estudo com 2.058 adultos no Reino Unido entre agosto e setembro de 2021. Eles pediram que os participantes classificassem quão administrável eram as suas dívidas, indicassem qualquer histórico de tratamento para dificuldades de saúde mental e respondessem a perguntas para medir ansiedade e depressão.

A análise descobriu que 24% dos participantes relataram problemas com o pagamento das dívidas e essas pessoas apresentaram níveis mais altos de ansiedade e depressão. 

“Os problemas psicológicos associados ao endividamento não se limitam às pessoas de baixa renda. Independentemente de sua renda, a capacidade de gerenciar sua dívida é o que importa. Questões como essa estão associadas à depressão, ansiedade e busca de ajuda para a saúde mental”, apontaram os pesquisadores. 

Os autores, porém, observam que embora esses dados mostrem uma relação entre essas questões, não dá pra dizer se um problema causa o outro. 

No entanto, o estudo destaca que a dívida é uma ameaça à saúde mental e sugere a necessidade de estratégias de políticas públicas para combater os efeitos nocivos do endividamento, ainda mais em um momento de alta no custo de vida em boa parte do mundo.