19/10/2021 - 15:49
O governo britânico, que enfrenta um aumento significativo dos casos diários de covid-19, anunciou nesta terça-feira (19) que “monitora muito de perto” uma nova subvariante do coronavírus que está se propagando no Reino Unido, sem saber ainda se é mais contagiosa.
A nova mutação, denominada “AY4.2”, deriva da variante delta, altamente transmissível, detectada inicialmente na Índia e que provocou uma disparada de casos no Reino Unido no final da primavera boreal (outono no Brasil).
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“Estamos monitorando muito de perto esta nova forma e não hesitaremos em tomar medidas caso seja necessário”, afirmou nesta terça-feira um porta-voz de Downing Street. No entanto, “não há nenhum motivo para acreditar que esteja se espalhando com mais facilidade”, afirmou.
O surgimento desta nova subvariante ocorre em um momento em que o país, um dos mais castigados da Europa com 138.000 mortes por covid-19, enfrenta um número crescente de casos positivos.
Há duas semanas, os novos casos diários oscilam entre 35.000 e 45.000, com uma taxa de incidência de 410 casos a cada 100.000 habitantes até 12 de outubro, muito maior que a do restante da Europa.
Alguns cientistas atribuem essa deterioração, que no momento afeta principalmente os adolescentes e adultos jovens, ao baixo nível da vacinação entre os mais novos, à redução da imunidade nos idosos que se vacinaram há muitos meses e ao levantamento da maioria das restrições em julho na Inglaterra, como o uso de máscara em lugares fechados.
Na opinião do diretor do Instituto de Genética da University College London, François Balloux, a nova variante “não é a causa do recente aumento do número de casos no Reino Unido”.
O cientista explicou que, com sua baixa frequência atual, até “10% mais de transmissibilidade só poderia ter causado um pequeno número de casos adicionais”.
O surgimento da AY4.2 “não é uma situação comparável à das cepas alfa e delta, que eram muito mais transmissíveis (50% ou mais) do que qualquer cepa que circulava naquele momento”, afirmou.
A nova variante AY4.2 é quase inexistente fora do Reino Unido, com exceção de três casos detectados nos Estados Unidos e alguns poucos na Dinamarca, que desde então quase desapareceram.
Sua reação diante das vacinas existentes está sendo investigada.